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domingo, 22 de abril de 2012

QUI - Separação de Misturas


Os seguintes processos permitem a separação dos vários constituintes de uma mistura. Cada um destes processos tem uma utilização bem definida, dependendo do tipo e das propriedades dos componentes da mistura. A aplicação destes processos deverá ser pensada caso a caso. Poderão haver misturas que necessitem de mais do que um processo para a completa separação dos seus constituintes.
Decantação
Permite a separação de líquidos imiscíveis (que não se misturam) ou um sólido precipitado num líquido. Exemplos: água e areia e água e óleo vegetal.


Pode-se aproveitar a pressão atmosférica e a gravidade para auxiliar no processo de decantação. Um dos líquidos pode ser retirado por sifonação, que é a transferência, através de uma mangueira, de um líquido em um posição mais elevada para outra, num nível mais baixo.

Pode-se ainda usar-se o princípio da decantação para a separação de misturas sólido-gás (câmara de poeira). A mistura sólido-gás atravessa um sistema em zigue-zague, o pó, sendo mais denso, se deposita pelo trajeto.

Filtração
Este é um método de separação muito presente no laboratório químico e também no cotidiano. É usado para separar um sólido de um líquido ou sólido de um gás, mesmo que o sólido se apresente em suspensão. A mistura atravessa um filtro poroso, onde o material particulado fica retido. A preparação do café é um exemplo de filtração.

No cotidiano, o aspirador de pó é o melhor exemplo do processo de filtração. Separa partículas sólidas suspensas no ar aspirado.
Centrifugação
Para separar líquidos não miscíveis (que não se misturam) ou um líquido de um sólido insolúvel em suspensão. Para fazer uma centrifugação é preciso uma centrifugadora. Esta máquina faz rodar a mistura (na qual uma das partes tem que ser líquida) a alta velocidade, provocando a separação pela acção da força que é aplicada (do centro para fora). A separação dá-se devido às diferenças de densidades dos materiais. Normalmente uma centrifugação é seguida de uma decantação.
Ex: separar glóbulos vermelhos do plasma sanguíneo; separar a nata do leite.

Cristalização
Separa um sólido cristalino de uma solução. Na cristalização há uma evaporação do solvente de uma solução provocando o aparecimento de cristais do soluto.
Ex: o aparecimento do sal nas salinas.

Destilação
Separa líquido(s) de sólido(s) dissolvidos ou líquido(s) de líquido(s). Na destilação acontecem duas mudanças de estado consecutivas: uma ebulição (vaporização) seguida de uma condensação. Na ebulição é retirado da mistura o componente com o ponto de ebulição mais baixo, e na condensação esse componente volta à sua forma líquida. Existe um tipo de destilação, a destilação fraccionada, que permite a separação de vários líquidos com pontos de ebulição muito próximos.
Ex: obtenção de água destilada, aguardentes; separação dos diferentes componentes do petróleo.
Destilação fracionada
É um método de separação de líquidos que participem de mistura homogênea ou heterogênea. Quanto mais distantes forem os pontos de ebulição destes líquidos, mais eficiente será o processo de destilação. Eleva-se a temperatura até que se alcance o ponto de ebulição do líquido que apresente valor mais baixo para esta característica e aguarda-se, controlando a temperatura, a completa destilação deste. Posteriormente, permite-se que a temperatura se eleve até o ponto de ebulição do segundo líquido. Quanto mais próximos forem os pontos de ebulição dos líquidos, menor o grau de pureza das frações destiladas. A destilação fracionada é usada na obtenção das diversas frações do petróleo.

Nos alambiques, este tipo de destilação é usado na obtenção de bebidas como a cachaça e o uísque. Na destilação fracionada em laboratório usa-se um equipamento como o mostrado abaixo.

Cromatografia
Para separar substâncias com diferentes solubilidades num determinado soluto. Na cromatografia uma mistura é arrastada (por um solvente apropriado) num meio poroso e absorvente. Como diferentes substâncias têm diferentes velocidades de arrastamento num determinado solvente, ao fim de algum tempo há uma separação dos constituintes da mistura. Este processo é normalmente usado para pequenas quantidades de amostra.
Ex: separação dos componentes de uma tinta.
Separação magnética
Consegue separar componentes que tenham propriedades magnéticas dos que não as possuem. Aproveitam-se as propriedades magnéticas de um dos componentes da mistura para o separar dos outros.

Ex: areia e limalha de ferro; enxofre e limalha de ferro.
Extracção por solvente
Para usar este processo usa-se um solvente que só dissolve um dos constituintes da mistura.
Ex: extracção da cafeína do chá, usando clorofórmio; remover o iodo da água de iodo, com clorofórmio.

Catação
É um método de separação bastante rudimentar, usado para separação de sistemas sólido-sólido. Baseia-se na identificação visual dos componentes da mistura e na separação dos mesmos separando-os manualmente. É o método utilizado na limpeza do feijão antes do cozimento.
Peneiração
Também conhecido como tamisação, este método é usado na separação de sistemas sólido-sólido, onde um dos dois componentes apresente granulometria que permita que o mesmo fique preso nas malhas de uma peneira.
Ventilação
Método de separação para sistemas sólido-sólido, onde um dos componentes pode ser arrastado por uma corrente de ar. Um bom exemplo é a separação da casca e do caroço do amendoim torrado.
Levigação
A água corrente arrasta o componente menos denso e o mais denso deposita-se no fundo do recipiente. Um bom exemplo é a lavagem da poeira do arroz.
Evaporação
Método de separação de misturas sólido-líquido por evaporação do solvente, também conhecido como cristalização. Em recipiente aberto, simplesmente permite-se que o solvente evapore, deixando o sólido. Nas salinas, o sal é obtido a partir da água do mar através deste processo.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

BIO - Membrana Plasmática

Membrana Plasmática- Transporte de substâncias.

O que aconteceria com a célula se a membrana plasmática não permitisse a passagem de nenhuma substância através dela?Assim como, por exemplo, um carro precisa de portas para as pessoas entrarem e sair, as células também possuem mecanismos que permitem a entrada e a saída de substâncias. Dizemos que a membrana plasmática seleciona a passagem destas substâncias e que ela possui, desta forma, uma permeabilidade seletiva.A camada fosfolipídica da membrana plasmática funciona como uma barreira fluida (maleável) e permite a passagem de substâncias diretamente através dela. Você acha que tudo consegue atravessar essa barreira fosfolipídica? A resposta é não. Atravessará a barreira apenas as substâncias pequenas que consigam se entremear através dos fosfoslipídeos. Essas substâncias precisam ter afinidades por lipídeos, senão não conseguiriam se "misturar" com eles para atravessar a membrana.Por outro lado não são apenas substâncias com afinidades por lipídeos que atravessam a membrana plasmática. As substâncias que não conseguem atravessar diretamente a camada fosfolipídica podem entrar ou sair da célula através de suas portas e janelas, que são as proteínas.

A passagem das substâncias de pequeno porte através da membrana pode ocorrer passivamente ou ativamente.


Transporte Ativo – Movimento de entrada ou saída de substâncias em uma célula com gasto de energia. Ex: bomba de sódio e potássio. Para entender o transporte ativo, pense em nosso exemplo e imagine o caso da pessoa que está do lado de fora do Onibus lotado. Para entrar no onibus esta pessoa terá que "vencer" a direção natural de movimento de passageiros. E, ao fazer isso, terá que se movimentar contra um "gradiente" de passageiros e se esforçar bastante. Em outras palavras, ela terá que gastar energia. Para ocorrer a passagem de uma molécula contra um gradiente de concentração também será necessário o gasto de energia.


Transporte Passivo – Movimento feito sem gasto de energia, ou seja, respeitando o gradiente de concentração. Ex: os Osmose – É a difusão da água, ou seja, a passagem de água de um meio hipotônico (onde ela se encontra em maior quantidade) para um meio hipertônico (onde ela se encontra em menor quantidade). Em um meio hipotônico existe maior quantidade de água e menor quantidade de sal dissolvido. O contrário ocorre em um meio hipertônico.


Difusão facilitada – É a passagem de macromoléculas através de proteínas especiais denominadas permeases, que formam poros na membrana.


A membrana plasmática possui a capacidade de englobar substâncias de maior porte através da endocitose.


Endocitose – Transporte de moléculas em grande quantidade. Existem dois tipos de mecanismos para esse transporte: a) Fagocitose – Englobamento de partículas sólidas por meio da emissão de pseudópodes pela membrana plasmática. b) Pinocitose – Englobamento de gotículas líquidas por meio de invaginações da membrana plasmática.


A difusão pode ser entendida como um maior fluxo de movimento de moléculas em direção a uma região onde as mesmas se encontram em menor quantidade.

sexta-feira, 24 de junho de 2011

HIST - Roma Antiga

A história de Roma Antiga é fascinante em função da cultura desenvolvida e dos avanços conseguidos por esta civilização. De uma pequena cidade, tornou-se um dos maiores impérios da antiguidade. Dos romanos, herdamos uma série de características culturais. O direito romano, até os dias de hoje está presente na cultura ocidental, assim como o latim, que deu origem a língua portuguesa, francesa, italiana e espanhola.


Origem de Roma: explicação mitológica
Os romanos explicavam a origem de sua cidade através do mito de Rômulo e Remo. Segundo a mitologia romana, os gêmeos foram jogados no rio Tibre, na Itália. Resgatados por uma loba, que os amamentou, foram criados posteriormente por um casal de pastores. Adultos, retornam a cidade natal de Alba Longa e ganham terras para fundar uma nova cidade que seria Roma.

De acordo com os historiadores, a fundação de Roma resulta da mistura de três povos que foram habitar a região da Península Itálica: gregos, etruscos e italiotas. Desenvolveram na região uma economia baseada na agricultura e nas atividades pastoris. A sociedade, nesta época, era formada por patrícios (nobres proprietários de terras) e plebeus (comerciantes, artesãos e pequenos proprietários). O sistema político era a monarquia, já que a cidade era governada por um rei de origem patrícia.

A religião neste período era politeísta, adotando deuses semelhantes aos dos gregos, porém com nomes diferentes. Nas artes destacava-se a pintura de afrescos, murais decorativos e esculturas com influências gregas.

República Romana (509 a.C. a 27 a.C)
Durante o período republicano, o senado Romano ganhou grande poder político. Os senadores, de origem patrícia, cuidavam das finanças públicas, da administração e da política externa. As atividades executivas eram exercidas pelos cônsules e pelos tribunos da plebe.

A criação dos tribunos da plebe está ligada às lutas dos plebeus por uma maior participação política e melhores condições de vida.

Em 367 a.C, foi aprovada a Lei Licínia, que garantia a participação dos plebeus no Consulado (dois cônsules eram eleitos: um patrício e um plebeu). Esta lei também acabou com a escravidão por dívidas (válida somente para cidadãos romanos).

Formação e Expansão do Império Romano
Após dominar toda a península itálica, os romanos partiram para as conquistas de outros territórios. Com um exército bem preparado e muitos recursos, venceram os cartagineses, liderados pelo general Anibal, nas Guerras Púnicas (século III a.C). Esta vitória foi muito importante, pois garantiu a supremacia romana no Mar Mediterrâneo. Os romanos passaram a chamar o Mediterrâneo de Mare Nostrum.

Após dominar Cartago, Roma ampliou suas conquistas, dominando a Grécia, o Egito, a Macedônia, a Gália, a Germânia, a Trácia, a Síria e a Palestina.

Com as conquistas, a vida e a estrutura de Roma passaram por significativas mudanças. O império romano passou a ser muito mais comercial do que agrário. Povos conquistados foram escravizados ou passaram a pagar impostos para o império. As províncias (regiões controladas por Roma) renderam grandes recursos para Roma. A capital do Império Romano enriqueceu e a vida dos romanos mudou.

Principais imperadores romanos : Augusto (27 a.C. - 14 d.C), Tibério (14-37), Caligula (37-41), Nero (54-68), Marco Aurelio (161-180), Comodus (180-192).

Pão e Circo
Com o crescimento urbano vieram também os problemas sociais para Roma. A escravidão gerou muito desemprego na zona rural, pois muitos camponeses perderam seus empregos. Esta massa de desempregados migrou para as cidades romanas em busca de empregos e melhores condições de vida. Receoso de que pudesse acontecer alguma revolta de desempregados, o imperador criou a política do Pão e Circo. Esta consistia em oferecer aos romanos alimentação e diversão. Quase todos os dias ocorriam lutas de gladiadores nos estádios ( o mais famoso foi o Coliseu de Roma ), onde eram distribuídos alimentos. Desta forma, a população carente acabava esquecendo os problemas da vida, diminuindo as chances de revolta.

Cultura Romana
A cultura romana foi muito influenciada pela cultura grega. Os romanos "copiaram" muitos aspectos da arte, pintura e arquitetura grega.

Os balneários romanos espalharam-se pelas grandes cidades. Eram locais onde os senadores e membros da aristocracia romana iam para discutirem política e ampliar seus relacionamentos pessoais.

A língua romana era o latim, que depois de um tempo espalhou-se pelos quatro cantos do império, dando origem na Idade Média, ao português, francês, italiano e espanhol.

A mitologia romana representava formas de explicação da realidade que os romanos não conseguiam explicar de forma científica. Trata também da origem de seu povo e da cidade que deu origem ao império. Entre os principais mitos romanos, podemos destacar: Rômulo e Remo e O rapto de Proserpina.

Religião Romana
Os romanos eram politeístas, ou seja, acreditavam em vários deuses. A grande parte dos deuses romanos foram retirados do panteão grego, porém os nomes originais foram mudados. Muitos deuses de regiões conquistadas também foram incorporados aos cultos romanos. Os deuses eram antropomórficos, ou seja, possuíam características ( qualidades e defeitos ) de seres humanos, além de serem representados em forma humana. Além dos deuses principais, os romanos cultuavam também os deuses lares e penates. Estes deuses eram cultuados dentro das casas e protegiam a família.

Principais deuses romanos : Júpiter, Juno, Apolo, Marte, Diana, Vênus, Ceres e Baco.

Crise e decadência do Império Romano
Por volta do século III, o império romano passava por uma enorme crise econômica e política. A corrupção dentro do governo e os gastos com luxo retiraram recursos para o investimento no exército romano. Com o fim das conquistas territoriais, diminuiu o número de escravos, provocando uma queda na produção agrícola. Na mesma proporção, caia o pagamento de tributos originados das províncias.

Em crise e com o exército enfraquecido, as fronteiras ficavam a cada dia mais desprotegidas. Muitos soldados, sem receber salário, deixavam suas obrigações militares.

Os povos germânicos, tratados como bárbaros pelos romanos, estavam forçando a penetração pelas fronteiras do norte do império. No ano de 395, o imperador Teodósio resolve dividir o império em: Império Romano do Ocidente, com capital em Roma e Império Romano do Oriente (Império Bizantino), com capital em Constantinopla.

Em 476, chega ao fim o Império Romano do Ocidente, após a invasão de diversos povos bárbaros, entre eles, visigodos, vândalos, burgúndios, suevos, saxões, ostrogodos, hunos etc. Era o fim da Antiguidade e início de uma nova época chamada de Idade Média.

Legado Romano
Muitos aspectos culturais, científicos, artísticos e linguísticos romanos chegaram até os dias de hoje, enriquecendo a cultura ocidental. Podemos destacar como exemplos deste legado: o Direito Romano, técnicas de arquitetura, línguas latinas originárias do Latim (Português, Francês, Espanhol e Italiano), técnicas de artes plásticas, filosofia e literatura.





quarta-feira, 15 de junho de 2011

LIT - Renascimento e Classicismo

Base histórica: crescimento gradativo da burguesia comercial (comércio entre cidades européias); estímulo à vida urbana; expedições marítimas, contato com outras culturas, aperfeiçoamento da imprensa.


Efeitos: surgimento das primeiras gramáticas das línguas modernas.

Livro mais importante: “O príncipe”, de Maquiavel.

Razão do nome Renascimento: porque era a volta (o renascimento) da arte antiga.

Surgimento: Florença (Itália), em meados do século XV

Características: ruptura com o teocentrismo (“Deus como centro do universo”) da Idade Média; colocação do homem como centro do universo; desenvolvimento da ciência.

Movimentos históricos: Reforma Protestante (Lutero, na Alemanha; a salvação era pela fé) e a Reforma Católica (uma reação da Igreja Católica; reafirmação da autoridade papal; perseguição aos protestantes; lista de livros proibidos; Inquisição).

Artes: temas bíblicos continuaram, mas houve também histórias da mitologia grega e romana.

Classicismo: imitação dos modelos Greco-romanos; a razão controlava a expressão das emoções; buscavam o equilíbrio entre a razão e a emoção; a forma poética mais utilizada era o soneto; abandonam os autos e retornam a comédias e tragédias. O maior autor foi William Shakespeare (Romeu e Julieta); Na língua Portuguesa, o maior autor foi Camões (Os Lusíadas).


sexta-feira, 27 de maio de 2011

HIST - Os hebreus

- Civilização localizada na região da Palestina, banhada pelo Rio Jordão. Merece destaque pela adoção do monoteísmo em meio a tantos povos politeístas. Sua religião messiânica e salvacionista foi a base das três grandes religiões monoteístas universais ( Judaísmo, Cristianismo e Islamismo);

- História Política dividida em três etapas: 1) Patriarcas: sociedade patriarcal com submissão da mulher ao homem período marcado pela fragmentação política. O primeiro guia foi Abraão, aliado de Deus em busca da “terra prometida”;

- Êxodo: Libertação do cativeiro egípcio, liderados por Moisés que recebeu as tábuas das leis das mãos de Deus no Monte Sinai;

- Juízes: chefes militares com destaque para Sansão e Josué. fase de transição entre a descentralização e a monarquia;

- Reis: Monarquia Teocrática onde a origem do estado foi a luta militar contra cananeus e filisteus pelo controle da Palestina. Apogeu com Salomão - construção do Templo de Jerusalém onde está a Arca da Aliança com os dez mandamentos; Com a morte de Salomão ocorreu a Cisma – divisão das doze tribos hebraicas em dois reinos: Judá e Israel.

- Divididos e fragilizados foram dominados por outros povos. Israel foi conquistado pelos assírios e Judá foi dominado pelos caldeus;

- Diáspora: provocada pelos romanos (Tito e Adriano) foi a destruição do Templo de Jerusalém e a dispersão dos judeus pelo mundo. A diáspora só acabou com a criação do Estado de Israel pela ONU em 1948, após o holocausto nazista.


HIST - Hebreus, fenícios e persas

Hebreus
- monoteístas
- base das 3 principais religiões do mundo: judaísmo, cristianismo e islamismo.
- região da Palestina (Terra Santa).
- economia: agricultura e pecuária; depois, comércio.

Fenícios
- criaram nova forma de escrita, que deu origem ao nosso alfabeto.
- litoral / parte norte da Palestina (atual Síria).
- relevo montanhoso, dificultando a agricultura; nas planícies, plantação de trigo e cevada; no relevo pedregoso, plantação de oliveiras e vinhedos.
- economia: pesca e extração de cedro; depois, técnicas marítimas e comerciais.

Persas
- grande império.
- ampliação da cultura, reunindo todos os povos da Antiguidade.
- dominavam os povos, tolerando os hábitos culturais dos povos subjugados.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

GEO - Projeções Cartográficas

Uma projeção cartográfica . As projeções cartográficas são necessárias na elaboração de mapas. É possível construir uma infinidade de projeções diferentes, havendo dezenas que são empregadas na prática cartográfica. Como uma consequência do teorema egrégio, demonstrado pelo matemático alemão Carl Friedrich Gauss em 1828, toda projeção de uma esfera em um plano contém distorções, no sentido de que não pode preservar em escala todas as medidas da Terra.


Por simplicidade, considera-se a superfície da Terra esférica, muito embora estes objetos possam ser melhor modelados como um esferóide achatado e técnicas mais avançadas possam levar esse aspecto em consideração. A palavra projeção, no contexto da cartografia, é usada no sentido de qualquer função matemática ligando a esfera ao retângulo.

A projeção de Mercator(Cônica) é mais conhecida e usada em mapas, pelo fato de ser conforme, ou seja, mantem a forma dos países no tamanho real mas em compensação, estica a Argentina e tira-a do tamanho real. A projeção de Peters(Cilindrica), apesar de que manter a área dos países, modifica as distâncias.

Projeção azimutal:  representa as regiões polares; e distorções quando chega ao Equador.



Projeção cilíndrica de Robinson: é uma projeção não conforme e não equivalente desenvolvida por Arthur H. Robinson em 1961. É baseada em coordenadas e não em formulação matemática e foi concebida para minimizar as distorções angulares e de área.

A Projeção de Robinson foi criada para melhorar as características de projeções existentes como a de Mercator. É uma combinação das situações positivas de várias outras projeções resultando em distorção mínima da maioria das massas de terra do globo.

A Antártica é bem distorcida e as massas de terra mais ao norte também sofrem distorção, mas esta projeção é considerada uma das que mais bem representam o tamanho e a forma dos países e continentes.

Projeção ortográfica: Projetando-se geometricamente pontos da superfície da Terra tendo como ponto de vista o infinito (linhas projetantes paralelas), sobre um plano tangente, tem-se uma projeção ortográfica. Esta projeção não é conforme, nem equivalente, nem equidistante em toda sua extensão. Sua principal aplicação em cartografia náutica ocorre no campo da navegação astronômica, onde ela é útil para apresentar ou para solucionar graficamente o triângulo de posição e para ilustração de coordenadas astronômicas.

Se o plano é tangente a um ponto do equador, como normalmente ocorre, os paralelos (incluindo o equador) aparecem como linhas retas e os meridianos como elipses, exceto o meridiano que passa pelo ponto de tangência, que aparece como uma linha reta, e o que está a 90º, que é representado por um círculo.



Projeção estereográfica: resulta da projeção geométrica de pontos da superfície da Terra sobre um plano tangente a ela, a partir de um ponto de origem situado na posição diametralmente oposta ao ponto de tangência. Esta projeção é também chamada de azimutal ortomorfa.

A escala em uma projeção estereográfica aumenta com a distância do ponto de tangência, porém mais lentamente que em uma projeção gnomônica. Um hemisfério completo pode ser representado em uma projeção estereográfica, sem distorções excessivas. Tal como em outras projeções azimutais, os círculos máximos que passam pelo ponto de tangência aparecem como linhas retas. Todos os demais círculos, incluindo meridianos e paralelos, são representados como círculos ou arcos de círculos.



Projeção gnomónica: é a projeção de uma esfera sobre um plano tangente a partir do seu centro.

A projeção gnomônica (ou projeção plana gnomônica) utiliza como superfície de projeção um plano tangente à superfície da Terra, no qual os pontos são projetados geometricamente, a partir do centro da Terra. Esta é, provavelmente, a mais antiga das projeções, acreditando-se que foi desenvolvida por Thales de Mileto, cerca de 600 a.C.

A projeção gnomônica apresenta todos os tipos de deformações. A projeção não é equidistante; a escala só se mantém exata no ponto de tangência, variando rapidamente à medida que se afasta desse ponto. Além disso, a projeção não é conforme, nem equivalente. As distorções são tão grandes que as formas, as distâncias e as áreas são muito mal representadas, exceto nas proximidades do ponto de tangência.

A propriedade notável desta projeção é que as geodésicas (que, na esfera, são os círculos máximos) são representadas como linhas retas. Os meridianos aparecem como retas convergindo para o pólo mais próximo. Os paralelos, exceto o equador (que é um círculo máximo) aparecem como linhas curvas. Além disso, na projeção gnomônica, como em todas as projeções azimutais, os azimutes a partir do ponto de tangência são representados sem deformações.

Projeção azimutal: é a projeção cartográfica que se obtém sobre um plano tangente a um ponto qualquer da superfície terrestre o qual ocupa o centro da projeção.[1] Classifica-se como projeção azimutal polar, projeção azimutal equatorial e projeção azimutal oblíqua, conforme o ponto central seja, respectivamente, um pólo, um ponto no equador ou um ponto intermediário entre o equador e o pólo.

No caso do plano ser tangente ao pólo, os paralelos aparecerão representados nos círculos concêntricos, que tem como centro o pólo e os meridianos no lugar dos cardeais, convergindo todos para o ponto de contato. Neste tipo de projeção, as deformações são pequenas nas proximidades do pólo, mas aumentam à medida que nos distanciamos do centro e o mesmo efeito se aplicaria quando a projeção é feita num determinado paralelo de latitude nesse caso os cardeais indicariam os rumos e as coordenadas, a partir do ponto de contacto, sofreriam distorções.

A projeção azimutal, no caso da convenção cartográfica, é originada a representar regiões polares pois apresenta menos distorções nas regiões próximas do ponto central. Tem uma grande utilidade em navegação aérea e análise geopolítica. O emblema da ONU consiste numa projecção azimutal equidistante do mapa mundo (menos a Antárctica) centrada no Pólo Norte, rodeada de ramos de oliveira. Os ramos de oliveira são um símbolo de paz e o mapa mundo representa todos os povos do mundo.Branco e azul são as cores oficiais das Nações Unidas.



• Projeção azimutal de Lambert: é um forma de mapear uma esfera para um disco. Ela representa a área de forma precisa em todas as regiões das esfera, mas não ângulos. Recebe o nome do matemático Johann Heinrich Lambert que a propôs em 1772



Temos vários recursos utilizados na Projeção Cartográfica e vários deles estão citados no texto.

. Há vários tipos, como: - Projeção Cilíndrica: É uma representação global da Terra. Os meridianos são linhas curvas (elipses) e os paralelos são linhas retas.

- Projeção Cônica: a superfície terrestre é representada sobre um cone imaginário envolvendo a esfera terrestre. Os paralelos formam círculos concêntricos e os meridianos são linhas retas convergentes para os pelos. Nessa projeção, as distorções aumentam conforme se junta do paralelo de contato com o cone. A projeção cônica é muito utilizada para representar partes da superfície terrestre.

- Projeção Plana ou Azimutal: executada por Mercator, Sanson e Flamsteed, tem os paralelos horizontais e equidistantes. Trata-se de um tipo de projeção que procura manter as dimensões superficiais reais, deformando a fisionomia. O polo norte é o centro do mapa, e a partir dele as distâncias estão em escala verdadeira, bem como os ângulos azimutais. Apresenta contorno em elipse, proporcionando uma ideia aproximada da forma esférica da Terra com achatamento dos polos.

- Projeção Senoidal: Esta deformação intensifica-se na periferia do mapa. A superfície terrestre é representada sobre um plano tangente à esfera terrestre. Os paralelos são círculos concêntricos e os meridianos, retas que se irradiam do polo. As deformações aumentam com o distanciamento do ponto de tangência. É utilizada principalmente para representar as regiões polares e na localização de países na posição central.

Projeções afiláticas: Distorcem formas esféricas,áreas de grandes dimensões e distâncias curtas. Ex: Projeção de Gonçalves.

terça-feira, 3 de maio de 2011

HIST - Atenas e Esparta

Ao estudarmos a Grécia Antiga, temos uma falsa impressão sobre a organização dessa civilização clássica. Em geral, os livros didáticos falam repetidamente sobre as características da Grécia como se tratasse de um povo dotado de características comuns. No entanto, ao conhecermos sua organização política descentralizada, acabamos tendo fortes indícios de que, dentro do “mundo grego”, existiam povos com diferentes costumes e tradições. 

Nesse sentido, a comparação entre as cidades-Estado de Esparta e Atenas nos oferece um quadro de contrastes muito interessante, dessa forma, podemos entender a diversidade cultural encontrada dentro desse território. As formas de concepção do mundo, os papéis desempenhados pelos sujeitos sociais, as instituições políticas, valores e tradições desses dois povos são de grande utilidade para que possamos, assim, apagar a impressão de que existe um povo grego marcado pela mesma cultura. 

No que diz respeito às instituições políticas, Atenas conta com uma trajetória onde depois da adoção dos regimes monárquico e aristocrático, criou-se uma forma de governo democrática. Mesmo sendo considerado um “governo do povo”, aqueles que participavam da democracia ateniense correspondiam a menos de 20% da população. Já em Esparta, as questões políticas eram de obrigação de um conjunto de 28 homens, maiores de 60 anos, que formavam a Gerúsia. Além disso, existiam dois reis, que formavam a chamada Diarquia. As funções desses reis eram ligadas às questões religiosas e militares. 

O papel desempenhado por homens e mulheres nas sociedades ateniense e espartana, também tinha suas especificidades. Em Esparta, as mulheres recebiam uma rigorosa educação física e psicológica. Além disso, elas participavam das reuniões públicas, disputavam competições esportivas e administravam o patrimônio familiar. Em contrapartida, a cultura ateniense restringia suas mulheres ao mundo doméstico. A docilidade e a submissão ao pai e ao marido eram valores repassados às mulheres atenienses. 

A questão educacional nas duas cidades também apresentava diferenças entre si. As instituições atenienses se preocupavam em desenvolver um equilíbrio entre mente e corpo. Dessa forma, a educação buscava conciliar a saúde física e o debate filosófico. Já em Esparta, dada sua intensa tradição militarista, privilegiava-se o treinamento do corpo. Os jovens espartanos aprendiam a escrever aquilo que era estritamente necessário. Dessa forma, o cidadão espartano deveria ser forte e resistente, um indivíduo apto para as batalhas militares. 

Com toda certeza, não poderíamos julgar quais dessas duas diferentes culturas do mundo clássico foi mais “desenvolvida” ou “sofisticada”. Nem mesmo poderíamos concluir que os atenienses eram simples antíteses dos espartanos. As diferenças entre as experiências vividas por Atenas e Esparta podem nos explicar tantos contrastes. Dessa forma, as comparações aqui desenvolvidas apenas nos dão uma amostra da riqueza dos costumes, tradições e histórias que envolveram as cidades-Estado do Mundo Grego. 




quarta-feira, 6 de abril de 2011

segunda-feira, 28 de março de 2011

HIST - Mesopotâmia

Introdução

A palavra mesopotâmia tem origem grega e significa " terra entre rios". Essa região localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente é o Iraque. Esta civilização é considerada uma das mais antigas da história.

Vários povos antigos habitaram essa região entre os séculos V e I a.C. Entre estes povos, podemos destacar : babilônicos, assírios, sumérios, caldeus, amoritas e acádios. Vale dizer que os povos da antiguidade buscavam regiões férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas comunidades. Dentro desta perspectiva, a região da mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia a população: água para consumo, rios para pescar e via de transporte pelos rios. Outro benefício oferecido pelos rios eram as cheias que fertilizavam as margens, garantindo um ótimo local para a agricultura.

No geral, eram povos politeístas, pois acreditavam em vários deuses ligados à natureza. No que se refere à política, tinham uma forma de organização baseada na centralização de poder, onde apenas uma pessoa ( imperador ou rei ) comandava tudo. A economia destes povos era baseada na agricultura e no comércio nômade de caravanas.

Sumérios

Este povo destacou-se na construção de um complexo sistema de controle da água dos rios. Construíram canais de irrigação, barragens e diques. A armazenagem da água era de fundamental importância para a sobrevivência das comunidades. Uma grande contribuição dos sumérios foi o desenvolvimento da escrita cuneiforme, por volta de 4000 a.C. Usavam placas de barro, onde cunhavam esta escrita. Muito do que sabemos hoje sobre este período da história, devemos as placas de argila com registros cotidianos, administrativos, econômicos e políticos da época.

Os sumérios, excelentes arquitetos e construtores, desenvolveram os zigurates. Estas construções eram em formato de pirâmides e serviam como locais de armazenagem de produtos agrícolas e também como templos religiosos. Construíram várias cidades importantes como, por exemplo: Ur, Nipur, Lagash e Eridu.

Babilônios

Este povo construiu suas cidades nas margens do rio Eufrates. Foram responsáveis por um dos primeiros códigos de leis que temos conhecimento. Baseando-se nas Leis de Talião ( " olho por olho, dente por dente " ), o imperador de legislador Hamurabi desenvolveu um conjunto de leis para poder organizar e controlar a sociedade. De acordo com o Código de Hamurabi, todo criminoso deveria ser punido de uma forma proporcional ao delito cometido.

Os babilônios também desenvolveram um rico e preciso calendário, cujo objetivo principal era conhecer mais sobre as cheias do rio Eufrates e também obter melhores condições para o desenvolvimento da agricultura. Excelentes observadores dos astros e com grande conhecimento de astronomia, desenvolveram um preciso relógio de sol.

Além de Hamurabi, um outro imperador que se tornou conhecido por sua administração foi Nabucodonosor II, responsável pela construção dos Jardins suspensos da Babilônia (que fez para satisfazer sua esposa) e a Torre de Babel (zigurate vertical de 90 metros de altura). Sob seu comando, os babilônios chegaram a conquistar o povo hebreu e a cidade de Jerusalém.

Assírios

Este povo destacou-se pela organização e desenvolvimento de uma cultura militar. Encaravam a guerra como uma das principais formas de conquistar poder e desenvolver a sociedade. Eram extremamente cruéis com os povos inimigos que conquistavam. Impunham aos vencidos, castigos e crueldades como uma forma de manter respeito e espalhar o medo entre os outros povos. Com estas atitudes, tiveram que enfrentar uma série de revoltas populares nas regiões que conquistavam.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Sociologia - Max Weber

Biografia


Foi o primogênito de oito filhos de Max Weber e Helene Fallenstein. Seu pai, protestante, era uma figura autocrata. Sua mãe uma calvinistamoderada. A mãe de Helene tinha sido uma huguenote , francesa, cuja família fugira da perseguição na França. Ele foi, juntamente com Karl Marx, Vilfredo Pareto, Augusto Comte e Émile Durkheim, um dos modernos fundadores da Sociologia. É conhecido sobretudo pelo seu trabalho sobre a Sociologia da religião.

Seu pai, Sr. Max Weber, foi um funcionário público e político liberal; a mãe, Helene Fallenstein, uma calvinista moderada. Max foi o primeiro de sete filhos, incluindo seu irmão Alfred Weber, quatro anos mais jovem, também sociólogo, mas, sobretudo, um economista, que também desenvolveu uma importante sociologia da cultura. A família estimulou intelectualmente os jovens Weber desde a tenra idade.

Em 1882 Max Weber matriculou-se na Faculdade de Direito da Universidade de Heidelberg, onde seu pai havia estudado, freqüentando também cursos de economia política, história e teologia. Em 1884 voltou para casa paterna e se transferiu para a Universidade de Berlim, onde obteve em 1889 o doutorado em Direito e em 1891 a tese de habilitação, ambos com escritos da história do direito e da economia.

Depois de completar estudos jurídicos, econômicos e históricos em várias universidades, se distingue precocemente em algumas pesquisas econômico-sociais com a Verein für Sozialpolitik, a associação fundada em 1873 pelos economistas associados à Escola Histórica Alemã em que Weber já tinham aderido em 1888. Em 1893 casou-se com Marianne Schnitger, mais tarde uma feminista e estudiosa, bem como curadora póstuma das obras de seu marido.

Foi nomeado professor de Economia nas universidades de Freiburg em 1894 e de Heidelberg em 1896. Entre 1897, ano em que seu pai morreu, e 1901 sofreu de uma aguda depressão, de modo que do final de 1898 ao final de 1902 não poderia realizar atividades regulares de ensino ou científicas.

Curado, no Outono de 1903 renunciou ao cargo de professor e aceitou uma posição como diretor-associado do recém-nascido Archiv für und Sozialwissenschaft Sozialpolitik (Arquivos de Ciências Sociais e Política Social), com Edgar Jaffé e Werner Sombart como colegas: nesta revista publicaram em duas partes, em 1904 e 1905, o artigo-chave A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Naquele mesmo ano, visitou os Estados Unidos. Graças a uma enorme renda privada derivada de uma herança em 1907, ainda conseguiu se dedicar livremente e em tempo integral aos seus estudos, passando da economia ao direito, da filosofia à história comparativa e à sociologia, sem ser forçado a retornar à docência. Sua pesquisa científica abordou questões teórico-metodológicas cruciais e tratou complexos estudos histórico-sociológicos sobre a origem da civilização ocidental e seu lugar na história universal.

Durante a Primeira Guerra Mundial, serviu como diretor de hospitais militares de Heidelberg e ao término do conflito, voltou ao ensino da disciplina de economia, primeiro em Viena e em 1919 em Munique, onde dirigiu o primeiro instituto universitário de sociologia na Alemanha. Em 1918 ele estava entre os delegados da Alemanha em Versalhes para a assinatura do tratado de paz e foi conselheiro para os redatores da Constituição da República de Weimar. Morreu em 1920, atingido pela grande epidemia de gripe espanhola do pós-guerra[1].

Escritos e obras

A ética protestante e o espírito do capitalismo, 1. ed., 1904

Dentre as influências que a obra de Weber manifesta, podemos enxergar também seu diálogo com filósofos como Immanuel Kant e Friedrich Nietzsche e com alguns dos principais sociólogos de seu tempo, comoFerdinand Tönnies, Georg Simmel e Werner Sombart, entre outros.

Dentre as principais obras do autor - organizadas postumamente pela sua esposa Marianne Weber - constam os seguintes títulos:

 1889: A história das companhias comerciais na idade média

 1891: O direito agrário romano e sua significação para o direito público e privado

 1895: O Estado Nacional e a Política Econômica

 1904: A objetividade do conhecimento na ciência política e na ciência social

 1904: A ética protestante e o espírito do capitalismo

 1905: A situação da democracia burguesa na Rússia

 1905: A transição da Rússia à um regime pseudoconstitucional

 1906: As seitas protestantes e o espírito do capitalismo

 1913: Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva

 1917/1920: Ensaios Reunidos de Sociologia da Religião

 1917: Parlamento e Governo na Alemanha reordenada

 1917: A ciência como vocação

 1918: O sentido da neutralidade axiológica nas ciências políticas e sociais

 1918: Conferência sobre o Socialismo

 1919: A política como vocação

 1919: História Geral da Economia

 1910/1921: Economia e Sociedade

Dentre seus escritos mais conhecidos destacam-se "A ética protestante e o espírito do capitalismo" (1904), a obra póstuma "Economia e Sociedade" (1920), "A ciência como vocação" (1917) e "A política como vocação" (1919).

Primeiros trabalhos

Os primeiros textos acadêmicos de Weber estão ligados a trabalhos desenvolvidos em sua formaçáo na estrutura universitária alemã. O primeiro trabalho propriamente dito foi sua tese de doutoramento intitulada A história das companhias comerciais da idade média. Esta tendência para combinar análise jurídica com análise histórica continua com seu próximo trabalho (tese de habilitação), chamado A história agrária romana. Aqui ele analisa a estrutura da propriedade agrária de Roma em sua fase tardia e suas repercussões na legislação pública e privada. Ainda que seja um escrito bastante técnico, ele procura contextualizar sua pesquisa no âmbito histórico, o que já demonstra a preocupação social de suas investigações.

Durante seu período como professor universitário, Weber dedicou-se ao ensino da economia política e de questões agrárias, uma de suas especialidades. Como professor de economia, ele debateu os valores e limite das principais correntes de pensamento de seu tempo: aEscola Histórica de Economia, a Escola Marginalista (predominante na Austria) e a Escola Marxista. Neste período Weber também publicou um texto introdutório chamado "A bolsa", para divulgar e promover o entendimento do funcionamento econômico do capital financeiro.

A aproximação com os temas sociais está ligada à pesquisa empírica de Weber na região do Leste do rio Elba. Analisando processo migratório de poloneses na fronteira da Alemanha, Weber destacou as tendências da introdução do capitalismo no campo e deu especial atenção às consequências políticas daquele processo. Aplicando diversos questionários e levantando inúmeros dados ele concluiu que o acelerado processo de modernização econômica da Alemanha estava minando a estrutura de poder da classe dirigente: a aristocria agrária (denominada de classe Junker). Tal visão foi especialmente apresentada em uma Aula Inaugural pronunciada em 1895 e denominada O Estado Nacional e a Política Econômica. Neste período Weber notabilizou-se como um dos grandes especialistas de questões e problemas agrários, refletindo sobre as consequências com os reflexos do capitalismo na esfera rurual.

Profundamente envolvido com a vida acadêmica, a produção de Weber sofre uma interrupção a partir de 1897. É somente depois desta fase que a produção sociológica de Weber começa a delinear-se.

A objetividade do conhecimento

Em 1903, junto com Werner 'Sombart e Edgar Jaffé, Weber funda o Arquivo para a Ciência Social e a Ciência Política. No texto que escreveu para a revista, intitulado A objetividade do conhecimento na ciência política e social (de 1904) ele apresentou sua posição na discussão sobre os métodos das ciências econômicas, polêmica que sacudia o mundo universitário da época.

A tradição alemã de filosofia social tinha suas origens em Immanuel Kant. Mas, a tentativa de fundamentar as ciências históricas com o pensamento kantiano só teve início com o trabalho de Wilhelm Dilthey, em 1883. A reivindicação fundamental do seu trabalho foi mostrar o estatuto ontólógico diferenciado das ciências históricas e sociais diante das ciências da natureza. Na Alemanha este esforço continuou com os trabalhos de Wilhelm Windelband e Heinrich Rickert. No campo da economia, esta tendência também era representada por Gustav von Schmoller.

Rivalizando com esta escola, os seguidores da visão austríaca de pensamento econômico entendiam que a função das ciências humanas era formular leis que explicassem os fenômenos sociais. Esta posição, chamada de "positivismo" era defendida por Carl Menger.

Max Weber não se enquadrava diretamente em nenhuma destas posições. Com a escola neo-kantiana, ele concorda com o fato de que as ciências humanas lidam com o fenômeno do valor. Só analisamos aqueles elementos da realidade que tem algum sentido para nós, a partir de nossas referências de valor. Tal posição fora retirada por Weber de Heinrich Rickert. Mas, nem por isso ele rejeitava o valor da imputação causal nas ciências humanas, pois eram um instrumento indispensável para a explicação dos mecanismos de entendimento da vida social. Em síntese, Weber propunha a unificação das ciências humanas integrando a "verstehen" (compreensão) e a "erklären" (explicação) em uma visão unitária de ciência.

O principal problema desta posição, contudo, é que elas colocavam em questão o valor objetivo da ciência. Weber reconheceu que toda pesquisa tem um ponto de partida subjetivo (ligado a referência de valor do pesquisador), mas entendeu que este dado não destruía a objetividade da ciência. O valor cognitivo da ciência social reside na sua capacidade de controlar a pesquisa mediante métodos sistemáticos e padronizados de trabalho. O ponto de partida da investigação até pode ser subjetivo, mas seu ponto de chegada deverá se rigorosamente objetivo.

Alicerçado na noção kantiana de "''a priori''", Weber também desenvolveu a noção de "tipo ideal" . Tal conceito mostra que as categorias da ciência social são uma construção subjetiva do pesquisador, feita a partir de seus interesses. Como tais, eles selecionam na realidade, sempre complexa e caótica, certos elementos que serão aglutinados como um tipo idealmente perfeito. Conceitos não emanam diretamente da realidade (visão hegeliana), nem são formados apenas por abstração de elementos comuns e genéricos (visão aristotélica), pois eles implicam em acentuar determinados elementos para que eles possam ser compreendidos. Trata-se de reunir o caos inesgotável da realidade em conceito compreensíveis.

Ainda que Weber não tenha defendido uma visão rigorosamente dualista da ciência, o escrito "A objetividade do conhecimento na ciëncia política e na ciência social" constitui ainda hoje o principal texto para quem defende uma visão não naturalista de ciência, ou seja, que defende a tese de que as ciências humanas são essencialmente diferenciadas das demais ciências de corte empírico-natural.

A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo

A ética protestante e o 'espírito' do capitalismo é considerada a grande obra de Max Weber e é o seu texto mais lido e conhecido. A primeira parte desta obra foi publicada em 1904 e a segunda veio a público em 1905, depois da viagem do autor e de sua esposa aos Estados Unidos.

A temática das relações entre religião e capitalismo foi uma questão central do pensamento social alemão. Do ponto de vista da análise do capitalismo, o estudo de Weber foi precedido pela obra de Georg Simmel - A filosofia do dinheiro (1900) -, sem esquecer do escrito de Karl Marx, intitulado O Capital (1867). Dois anos antes da publicação do livro de Weber, seu colega Werner Sombart também publicou um livro sobre esse problema, intitulado O capitalismo moderno (1902) . Neste criativo e rico espírito acadêmico, Weber procurou mostrar que o protestantismo de caráter ascético dos séculos XVI e XVII tinha um influxo direto com o conceito de vocação profissional, base motivacional do moderno sistema econômico capitalista. Vejamos como a tese do livro é apresentada.

No capítulo introdutório, Weber mostra a preferência educacional dos católicos por uma formação humanista, enquanto os protestantes preferiam formação técnica. Ao mesmo tempo, mostrou as diferenças profissionais entre ambos os segmentos. Weber rejeita a explicação (superficial e aparente) de que a espiritualidade católica, fundada no ascetismo, predisporia o indivíduo para o estranhamento do mundo e, desta forma, para a indiferença para com os bens deste mundo; enquanto os protestantes seriam materialistas. Alega que os puritanos se caracterizavam pelo oposto da alegria para com o mundo. Ao contrário, ele sugere que há um íntimo parentesco entre estranhamento do mundo, ascese e participação na vida aquisitiva.

O capítulo posterior trata do objeto da pesquisa, ou seja, é neste momento que ele desenvolve o tipo ideal de "espírito do capitalismo", entendido como uma individualidade histórica. Tomando como exemplo máximas colhidas de escritos de Benjamin Franklin, tais como "tempo é dinheiro" ou "dinheiro gera mais dinheiro" ou ainda "o bom pagador é dono da bolsa alheia", Weber mostra que o espírito do capitalismo não é caracterizado pela busca desenfreada do prazer e pela busca do dinheiro por si mesmo. O espírito do capitalismo deve ser entendido como uma ética de vida, uma orientação na qual o indivíduo vê a dedicação ao trabalho e a busca metódica da riqueza como um dever moral. Weber acentua claramente que o 'espírito' do capitalismo não deve ser confundido com a 'forma' do capitalismo. Por forma, Weber entende o capitalismo enquanto sistema econômico, cujo centro é representado pela empresa capitalista, reunião de meios de produção, trabalho organizado e gestão racional. Ele esclarece que as variáveis tratadas no seu livro tem a ver com a moral protestante e a dimensão atitudinal (habitus) que serve de base ao sistema. O espírito do capitalismo só pôde triunfar ao vencer as formas tradicionalistas de comportamento econômico.

Passo seguinte, ele dedicou-se a analisar a contribuição do luteranismo. Na tradução de Martinho Lutero, ao contrário da concepção católica, "vocação" deixa de ter o sentido de um chamado para a vida religiosa ou sacerdotal e passa a ter o sentido do chamado de Deus para o exercício da profissão no mundo do trabalho. Com Lutero o ascetismo praticado pelos monges fora do mundo é transferido das celas dos mosteiros para o mundo secular, nasce daí o ascetismo intramundano. Todavia, o próprio Max Weber reconheceu que o luteranismo ainda possui uma visão tradicionalista da vida econômica: apesar da ênfase no trabalho, a vida aquisitiva ainda não possui um valor em si mesma e o indivíduo está acomodado no seu círculo social.

Após, Weber destaca que o ponto de partida da ética econômica subjacente ao capitalismo está no protestantismo pós-luterano, nas chamadas igrejas e seitas do protestantismo ascético, tanto na sua versão calvinista (derivada de João Calvino) quanto anabatista. Docalvinismo emana a célebre tese da predestinação, dogma que afirma que apenas Deus escolhe - independente dos méritos do indivíduo - quem será salvo e quem será condenado. Diante da angústia religiosa sofrida pelo indivíduo, o trabalho e o sucesso na vida econômica surgem como compromissos do crente e como indícios (embora não meio) de certeza da salvação. Apesar desta rígida tese estar atenuada no pietismo e no metodismo, que são mais sentimentais, nas igrejas de origem calvinista a riqueza recebe uma sanção positiva da esfera religiosa. O mesmo processo pode ser verificado no âmbito das seitas que surgem do movimento anabatista (rebatizados) - como osbatistas, menonitas e quakers, por exemplo - que, organizados em forma de seita, estimulam uma vida ordenada, disciplina e regida por rígidas normas éticas.

Analisando todo o processo em seu conjunto, Weber verifica que dos dogmas e, em especial, dos impulsos morais do protestantismo, derivados após a reforma de Lutero, surge uma forma de vida de caráter metódico, disciplinado e racional. Da base moral do protestantismo surge não só a valorização religiosa do trabalho e da riqueza, mas também uma forma de vida que submete toda a existência do indivíduo a uma lógica férrea e coerente: uma personalidade sistemática e ordenada. Sem estes impulsos morais não seria possível compreender a idéia de vocação profissional, concepção que subjaz as figuras modernas do operário e do empresário. A moral específica dos círculos protestantes possuem uma relação de afinidade eletiva com o comportamento (espírito) que subjaz ao sistema econômico moderno e, ainda que este não derive apenas deste fator,trata-se de um impulso vital para o entendimento do mundo moderno contemporâneo.

No final da Ética Protestante, Weber destaca que, apesar de secularizada, ou seja, desprovida de fundamentos religiosos, a vida aquisitiva da economia moderna generalizou-se para todo conjunto da vida social: os puritanos queriam tornar-se monges, hoje todos temos que segui-los. Esta avaliação também ganha contornos críticos, pois Weber constata que a lógica da produção, do trabalho e da riqueza envolve o mundo moderno como uma "jaula de ferro" e se pergunta qual o destino dos tempos modernos: o ressurgimento de velhas idéias ou profecias ou uma realidade petrificada, até que a última tonelada de carvão fóssil seja queimada? Em tons que lembram Nietzsche, ele dirá ainda sobre os homens dos tempos atuais: especialistas sem espírito, gozadores sem coração!

Esta visão crítica do capitalismo encorajou certos pensadores marxistas (como Georg Lukács,Karl Löwith,Michael Löwy a ressaltarem algumas afinidades do seu pensamento com a visão marxista, corrente que, sem menosprezar as sensíveis diferenças entre as duas formas de pensamento, foi sendo denominada de webero-marxismo.No entanto, diferente da visão marxista, que privilegia apenas os fatores econômicos, Weber, coerente com uma visão multicausal dos fenômenos sociais, destaca seus fatores culturais e, mais tarde, enfatizará também a importância dos fatores materiais no surgimento das instituições modernas.

A ética econômica das religiões mundiais

Após a década de 1910, os estudos de Weber na área da sociologia religiosa foram ampliados e ele passou a aprofundar seu conhecimento das religiões de caráter universal. Ao contrário de Durkheim, que partiu das religiões primitivas (totemismo), Weber dedica-se à análise do confucionismo e do taoísmo, do hinduísmo e do budismo, do islamismo e da religião judaica, ou seja, dos grandes sistemas religiosos da humanidade. Conforme ele esclarece no Prólogo (Vorbemerkung) escrito para introduzir, em termos globais, seus "Ensaios Reunidos de Sociologia da Religião", seu objetivo primordial consiste em entender os fenômenos centrais do racionalismo ocidental, como a ciência, a técnica, a universidade, a contabilidade, o direto, a gestão racional das empresas, a música, o Estado Burocrático e, em especial, o capitalismo moderno. Conforme explicou sua esposa Marinne Weber, a descoberta da especificidade do racionalismo moderno foi a grande inovação sociológica de Weber e ele procurou desvendar suas origens e características, destacando o papel da religião neste processo.

Introdução

O estudo de Weber dedicado às religiões universais possui um escrito preliminar de caráter metodológico, no qual ele explica que, diferente do que fez na pesquisa sobre o protestantismo (em que contemplou apenas um lado da relação causal entre idéias e interesses), nestes estudos ele mostraria a vinculação existente entre fatores materiais e fatores ideais nos processos sociais. Por isso, ao analisar os grandes sistemas religiosos e suas diferentes teodicéias, ele levaria em conta também os interesses e o papel de suas principais camadas portadoras, sejam elas populares (camadas urbanas, rurais, etc.), sejam elites políticas (burocracias), religiosas (sacerdotes) ou mesmo guerreiros.

A religião da China

O primeiro grande sistema analisado por Weber é a milenar civilização chinesa. Ele revisa os pressupostos econômicos e político do mundo chinês, o papel do imperador e das províncias e, em especial, a função dos mandarins (burocratas), o que introduz um caráter ritualista e tradicional no confucionismo, voltado para a culto dos antepassados familiares e do imperador: o universo é entendido como uma ordem eterna - Tao - que não pode ser contestada e ao qual o indivíduo se adapta. Na China desenvolveu-se uma tendência mística chamadataoísmo, cujo fundador é Lao-Tsé, mas que foi tragada pela poderosa força da magia, razão pela qual a religião chinesa ficou imersa em um jardim mágico. Desta forma, ele não desenvolveu um potencial de racionalização prática das condutas.

Consideraçâo Intermediária

Após analisar a religião chinesa, Weber passa ao exame das religiões de salvação, nas quais existe uma relação de tensão com o mundo: daí a necessidade de um texto intermediário que explique as diferenças entre o misticicismo (predominante do mundo oriental) e o ascetismo (predominante no mundo ocidental. Neste texto ele também examina as tensões entre a ordem religiosa (regida por normas) e as ordens sociais do mundo moderno que são regidas por uma racionalidade formal e que, portanto, possuem sua legalidade própria. As esferas analisadas por Weber são a economia, a política, a arte, o erotismo e a ciência.

A religião da Índia


O sistema de castas vigente na Índia demonstra que também se trata de uma religião - chamada de hinduísmo - com fortes elementos tradicionais. As castas criam uma ordem hierárquica, no topo da qual estão os sacerdotes brahmanes, seguidos pelos guerreiros, depois os comerciantes e agricultores e, por fim, os demais trabalhadores. O intercâmbio entre os grupos sociais não é permitido e a única forma de evoluir na escala social é a roda das encarnações. O caráter sagrado das castas indianas foi rompido pela pregação de Buda. O Budismoconservou a idéia de reencarnação, mas ela se torna completamente individual e voltada para a dissolução do eu. Tal crença difundiu-se por todo Oriente e constitui a grande matriz dos sistemas religiosos orientais, que possuem um componenente acentuadamente místico.

O Judaísmo Antigo

O grande processo de desencantamento religioso do mundo, ou seja, a eliminação da magia como meio de salvação, tem aqui o seu ponto de partida. O judaísmo é uma religião pária, ou seja, há um vínculo exclusivo entre o povo eleito e seu Deus Javé, isolando a religião judaica do contexto social mais amplo. A elaboração de uma lei sacerdotal, sistematizada pelos levitas e a pregação dos profetas, exigindo o cumprimento das normas, abriu caminho para uma religião de caráter prático e ético, expurgando o papel das crenças mágicas no sistema religioso. O judaísmo foi a fonte do racionalismo prático da dominação do mundo que permeia o mundo ocidental e suas diferentes instituições sociais.

Economia e Sociedade

Em 1913, Weber publicou um escrito intitulado "Sobre algumas categorias da sociologia compreensiva", primeiro esboço de seu método sociológico. Ele continuou a trabalhar sua visão de sociologia durante os próximos anos em escrito encomendado para uma ampla coleção de textos econômicos e que, por esta razão, recebeu o nome de "Economia e Sociedade". Weber trabalhou neste volume até o final de sua vida, mas ele só foi publicado postumamente por sua esposa, Marianne Weber. A versão mais conhecida deste volume póstumo e a quarta edição, organizada por Johannes Winckelmann, em 1956.

No primeiro capítulo desta obra, aparece como conceito fundante da teoria sociológica de Weber a categoria ação, considerado por ele o objeto da sociologia. A ação é um comportamento humano ao qual os indivíduos vinculam um significado subjetivo e a ação é social quando está relacionada com outro indivíduo. A análise da teoria weberiana como ciência tem como ponto de partida a distinção entre quatro tipos de ação social:

 A ação racional com relação a um objetivo é determinada por expectativas no comportamento tanto de objetos do mundo exterior como de outros homens e utiliza essas expectativas como condições ou meios para alcance de fins próprios racionalmente avaliados e perseguidos. É uma ação concreta que tem um fim especifico, por exemplo: o engenheiro que constrói uma ponte.

 A ação racional com relação a um valor é aquela definida pela crença consciente no valor - interpretável como ético, estético, religioso ou qualquer outra forma - absoluto de uma determinada conduta. O ator age racionalmente aceitando todos os riscos, não para obter um resultado exterior, mas para permanecer fiel a sua honra, qual seja, à sua crença consciente no valor, por exemplo, um capitão que afunda com o seu navio.

 A ação afetiva é aquela ditada pelo estado de consciência ou humor do sujeito, é definida por uma reação emocional do ator em determinadas circunstâncias e não em relação a um objetivo ou a um sistema de valor, por exemplo, a mãe quando bate em seu filho por se comportar mal.

 A ação tradicional é aquela ditada pelos hábitos, costumes, crenças transformadas numa segunda natureza, para agir conforme a tradição o ator não precisa conceber um objeto, ou um valor nem ser impelido por uma emoção, obedece a reflexos adquiridos pela prática.

Na ótima weberiana, a sociologia é essencialmente hermenêutica, ou seja, ela está em busca do significado e dos motivos últimos que os próprios indivíduos atribuem as suas ações: é neste sentido que a sociologia é sempre "compreensiva" (verstehen). O principal objetivo de Weber é compreender o sentido que cada pessoa dá a sua conduta e perceber assim a sua estrutura inteligível e não a análise das instituições sociais como propunha Durkheim. A análise weberiana propõe que se deve compreender, interpretar e explicar respectivamente, o significado, a organização e o sentido, bem como evidenciar regularidade das condutas. Cabe a sociologia entender como acontecem e se estabilizam as relações sociais, os grupos organizados e as estruturas coletivas da vida social.

Com este pensamento, não possuía a ideia de negar a existência ou a importância dos fenômenos sociais globais, dando importância à necessidade de entender as intenções e motivações dos indivíduos que vivenciam essas situações sociais. Ou seja, a sua ideia é que a sociedade como totalidade social é o resultado das formas de relação entre seus sujeitos constituintes. Tomando como ponto de partida da compreensão da vida social o papel do sujeito, a teoria de Max Weber é denominada de individualismo metodológico.

1. Sociologia Econômica

Durante a maior parte de sua vida acadêmica, Max Weber foi docente de disciplinas da área econômica. Aliás, seu último livro, um conjunto de notas de aula publicados por seus alunos, chama-se justamente História Geral da Economia. Desta forma, não é surpresa que Weber elabore uma sofisticada abordagem sociológica da vida econômica. Por esta razão, há até teóricos que defendem que, em última instância, toda obra de Weber não passa de uma teoria econômica, qual seja, uma visão sócio-histórica da vida aquisitiva.

Na sua primeira fase, seguindo a tradição marxista, Weber tendia a ver o capitalismo como um fenômeno específicamente moderno. Já em sua " Ética Protestante" (de 1904), apesar de colocar em relevo os fatores culturais da gênese da conduta capitalista, era esta visão que predominava. Mas, nas décadas seguintes, ele romperá com estas noções. Em primeiro lugar, ele insere o capitalismo (na sua fase "moderna") em um amplo processo de racionalização da cultura e da sociedade. Ou seja, enquanto fênômeno social, o capitalismo é uma das expressões da vida racionalizada da modernidade Ocidental e é similar, em sua forma racional, ao campo da política, do direito, da ciência, etc. Outra mudança importante é que Weber rompe com a definição marxista de que o capitalismo é um fenômeno exclusivo da era moderna: daí a expressão capitalismo "moderno". Para Weber, o capitalismo é um fenômeno que atravessa a história, pois a busca do lucro já pode ser localizada nas sociedades primitivas e antigas, nas grandes civilizações e mesmo nas sociedade não-ocidentais. O núcleo estruturante da atividade capitalista é a ''empresa'', pois a separação da esfera individual da esfera impessoal da produção permite a racionalização da organização do trabalho e mesmo das atividades de gestão destas organizãções.

Com base nestas premissas, Weber construiu diferentes tipos ideais de capitalismo, como a capitalismo aventureiro, o capitalismo de Estado, o capitalismo mercantil, capitalismo comercial, etc.

As principais análises de Weber sobre o campo econômico podem ser encontradas no segundo capítulo de Economia e Sociedade, tópico em que ele discute a ordem social econômica. Ali ele destaca que o processo de racionalização da atividade econômica também envolve a passagem de uma racionalidade material - na qual a vida econômica está submetida a valores de ordem ética ou política - para uma racionalidade formal, ou seja, na qual a lógica impessoal das atividades econômicase e lucrativas se torna predominante.

Por estas razões, Max Weber é considerado, atualmente, um dos precursores da sociologia econômica, conjunto de autores que se recusa a entender a vida econômica como relacionada apenas com o mercado, concebido de forma abstrata, separado de suas condições históricas, culturais e sociais.

2. Sociologia Política

Max Weber desenvolvu um importante trabalho de sociologia política através da sua teoria dos tipos de dominação. Dominação é a possibilidade de um determinado grupo se submeter a um determinado mandato. Isso pode acontecer por motivos diversos, como costumes e tradição. Weber define três tipos de dominação que se destinguem pelo caráter da dominação (pessoal ou impessoal) e, principalmente, pela diferença nos fundamentos da legitimidade. São elas: legal, tradicional e carismática.

 Dominação legal: a obediência está fundamentada na vigência e aceitação da validade intrínseca das normas e seu quadro administrativo é mais bem representado pela burocracia. A idéia principal da dominação legal é que deve existir um estatuto que pode ou criar ou modificar normas, desde que esse processo seja legal e de forma previamente estabelecido. Nessa forma de dominação, o dominado obedece à regra, e não à pessoa em si, independente do pessoal, ele obedece ao dominante que possui tal autoridade devido a uma regra que lhe deu legitimidade para ocupar este posto, ou seja, ele só pode exercer a dominação dentro dos limites pré-estabelecidos. Assim o poder é totalmente impessoal, onde se obedece à regra estatuída e não à administração pessoal. Como exemplo do uso da dominação legal podemos citar o Estado Moderno, o município, uma empresa capitalista privada e qualquer outra organização em que haja uma hierarquia organizada e regulamentada. A forma mais pura de dominação legal é a burocracia.

 Dominação tradicional: Se dá pela crença na santidade de quem dá a ordem e de suas ordenações, sua ordem mais pura se dá pela autoridade patriarcal onde o senhor ordena e os súditos obedecem e na forma administrativa isso se dá pela forma dos servidores. O ordenamento é fixado pela tradição e sua violação seria um afronto á legitimidade da autoridade. Os servidores são totalmente dependentes do senhor e ganham seus cargos seja por privilégios ou concessões feitas pelo senhor, não há um estatuto e o senhor pode agir com livre arbítrio.

 Dominação carismática: nesta forma de dominação os dominados obedecem a um senhor em virtude do seu "carisma", ou seja, das qualidades execpcionais que lhe conferem especial poder de mando. A palavra carisma é de inspiração religiosa e, no contexto cristão, lembra os dons conferidos pelo Espírito Santo aos cristãos. A palavra foi reinterpretada em sentido sociológico como dons e carismas do próprio indivíduo e, foi nesta forma que Weber a adotou. Weber considerou o carisma uma força revolucionária na história, pois ele tinha o poder de romper as formas normais de exercício do poder. Por outro lado, a confiança dos dominados no carisma do líder é volúvel e esta forma de dominação tende para a via tradicional ou legal.

A tipologia weberiana das formas de poder político diferente claramente da tradição clássica, orientada pela discussão da teoria das formas de governo, oriunda do mundo antigo (Platão e Aristóteles). Filiado à tradição realista de pensamento, Weber também rejeita os pressupostos normativos e éticos da teoria do poder e procura descrevê-lo em suas formas efetivas de exercício. Ao demonstrar que o exercício do poder envolve a necessidade de legitimação da ordem política e, ao mesmo tempo, sua institucionalização por meio de um quadro administrativo, Weber apresentou os fundamentos básicos da sociologia política da era contemporânea.

Além de uma rigorosa e sistemática sociologia política - alicerçada em seus tipos de dominação - Max Weber foi um dos mais argutos analistas da política alemã, que analisou durante o Segundo Império Alemão e durante os anos iniciais da República de Weimar. Crítico da política de Bismarck, líder que, ao monopolizar o poder, deixou a nação sem qualquer nível de sofisticação política, Weber sempre apontou a necessidade de reconstrução da liderança política. No escrito O Estado Nacional e a Política Econômica, de 1895, ele já mostrava como as diferentes classes sociais não se mostravam aptar a dirigir a nação, seja pela sua decadência social (caso dos Junkers), seja pela sua imaturidade política (caso da burguesia e do proletariado).

3. Sociologia da estratificação social

Estratificação social é a área da sociologia que se ocupa da pesquisa sobre a posição dos indivíduos na sociedade e explicitação dos mecanismos que geram as distinções sociais entre os indivíduos. Ao contrário de Marx, que explicava estas diferenças apenas com base em fatores econômicos, Weber mostrou que as hierarquias e distinções sociais obedecem à lógicas diferentes na esfera econômica, social e política. Sob o aspecto econômico as classes sociais são diferenciadas conforme as chances de oportunidades de vida, escalonando os indíviduos em grupos positiva ou negativamente privilegiados. Do ponto de vista social, indivíduos e agrupamentos sociais são valorizados conforme atributos de valor, dando origens a diversos tipos de grupos de status. Diferente também é a lógica do poder, em que os indivíduos agregam-se em diferentes partidos políticos. A análise weberiana demonstra que existem diferentes mecanismos sociais de distribuição dos bens sociais, como a riqueza (classe), a honra ou prestígio social (grupos de status) e o poder (partidos) e que cada um deles cria diferentes tipos de ordenamento, hierarquização e diferenciação social.

4. Sociologia do Direito

Jurista de formação, a análise da esfera jurídica não ficou de fora das preocupações de Max Weber. Ele dedicou um amplo capítulo de Economia e Sociedade a este tema. O pano de fundo de toda sua reflexão sobre a esfera das normas jurídicas é a tese da racionalização da vida social, da qual o próprio direito é uma das expressões. Ao compreender historicamente a evolução do direito, Weber destaca o crescente processo de racionalização que lhe é inerente.

A racionalização do direito pode ser compreendida a partir de duas variáveis: seu caráter material ou formal ou seu caráter racional e irracional. São racionais todas as formas de legislação que seguem padrões fixos, ao contrário do caráter aleatório dos métodos irracionais. Por outro lado, o conteúdo do direito pode ser determinado por valores concretos, especialmente de caráter ético, ou obedecer a critérios de ordem interna, ligados a sistemática e ao processo jurídico em si mesmo, ou seja, a sua forma.

A apreciação weberiana do setor jurídico da vida social não se dedica apenas a entender esta esfera de forma isolada. O direito possui uma ligação direta tanto com a ordem política quanto com a ordem econômica. A evolução do direito formal é um aspecto essencial do progressivo processo de burocratização do Estado, bem como a estabilidade das normas jurídicas foi fundamental para a consolidação de uma economia de mercado, pois esta requer uma ordem de obrigações previsível. Direito, economia e política são ordens sociais de vida que estão conectados e entrelaçados de forma direta.

Como teórico da evolução sócio-histórica do direito, Weber é um dos precursores do chamado direito positivista, pois ele concebia o direito formal como a forma mais avançada historicamente do sistema jurídico. Desta forma, Max Weber está na raiz de importantes teóricos como o próprio Hans Kelsen, por exemplo, condiderado o maior teórico do positivismo jurídico.

Neutralidade Axiológica

Nos anos finais de sua carreira, uma nova discussão dividiu os membros da intelectualidade alemã no campo das ciências humanas: o papel dos valores na atividade científica. Para os partidários mais antigos da Escola Alemã de Economia, a ciência social deveria ser uma atividade orientada para a defesa de pontos de vista fundamentados em normas, capazes de orientar a política estatal e governamental. Para os membros mais jovens da escola econômica alemã, ao contrário, a ciência não poderia ser a base para a escolha de valores que, em última instância, são escolha dos próprios indivíduos.

Max Weber era partidário desta segunda posição e a defendeu no escrito intitulado O sentido da neutralidade axiológica nas ciências políticas e sociais. Embora a atividade científica esteja intrinsecamente ligada ao mundo dos valores - pois toda pesquisa nasce das escolhas pessoais do pesquisador - a autoridade da ciência não pode ser invocada para impor valores aos indivíduos. Na visão weberiana, a modernidade está atravessada por um conflito valorativo irredutível - a guerra dos deuses e o politeísmo de valores -. Seguindo a orientação neo-kantiana, Weber isola do Sein do Sollen - ou seja, diferencia a dimensão do ser da dimensão do dever ser - e entende que teoria e prática são domínios separados. Na pesquisa social, o cientista deve isolar seus pontos de vista subjetivos - seus juízos de valor - e orientar-se pela exposição dos fatos, qual seja, deve expor juízos de fato. A ciência social deve estar livre de juízos de valores (Wertfreiheit).

Separar pensamento e ação, contudo, não implica em sacrificar o caráter crítico da atividade científica. Ao cientista social cabe mostrar a íntima vinculação de meios e fins, mostrando como os fins determinam a escolha dos meios e, no sentido inverso, certos meios assentam-se em juízos valorativos. Sem aderir a uma posição positivista (que sobredetermina a dimensão da teoria) ou a uma posição marxista (que sobredetermina a dimensão da prática), a ciência social na ótica weberiana respeita a autonomia da dimensão do saber e do fazer sem perder o caráter crítico do conhecimento científico-social.

A ciência como vocação

As análises de Weber também contemplam o papel do conhecimento científico no mundo moderno. Na famosa conferência A ciência como vocação[5], pronunciada em 07 de novembro de 1917, em Munique, o pensador entendeu que a ciência era um dos fatores fundamentais do processo de desencantamento do mundo.

Ele comparou a situação da universidade alemã com a realidade dos Estados Unidos e advertiu seus ouvintes de que no futuro haveria um processo de americanização da vida universitária, que seria cada vez mais parecida com empresas estatais: professores assalariados e separação entre o produtor e os meios de produção. De qualquer forma, a vida do cientista e suas suas chances de promoção profissional, ainda são bastante determinadas pelo papel do acaso e da contingência. Ao mesmo tempo, os acadêmicos acabam sendo pressionados para conciliar a difícil vocação para a pesquisa e para o ensino, o que abre espaço para demagogos e diletantes.

Do ponto de vista pessoal, ele ressaltou que a vocação científica exige dedicação: quem não se especializa em alguma área jamais pode almejar sucesso. Contudo, mais do que dedicação, a vocação para a ciência também exige paixão (dedicação à causa) e, além disso, inspiração para fazer uma obra relevante. Somente quem vive voltado para a ciência pode ser chamado uma personalidade.

Do ponto de vista sociológico, Weber mostrou que a ciência faz parte de um processo histórico geral de racionalização e intelectualização da vida. Através da visão científica, a realidade é expurgada de seus elementos mágicos e o sentido último da realidade é retirado do mundo, ficando a cargo das religiões ou da própria consciência do indivíduo. Muitos autores apontam neste escrito os ecos da tese da morte de Deus, apresentada pelo filósofo Friedrich Nietzsche. Para Weber, a modernidade achava-se dilacerada por um conflito de valores - na linguagem de Weber, pela guerra dos deuses - e a escolha do sentido último da vida era uma responsabilidadae pessoal que não poderia ser credita à ciência. Ao saber científico cabe a explicação dos mecanismos de funcionamento do mundo, e não a determinação do ser verdadeiro, da verdadeira arte, da verdadeira natureza, do verdadeiro Deus ou mesmo da verdadeira felicidade.

Mas, apesar de retirar o sentido último do mundo, Weber destacou que a ciência contribui com a vida do indivíduo, ao oferecer-lhe meios de domínio prático da realidade, a capacidade de avaliar meios e fins e, acima de tudo, clareza: ou seja, meios para pensar de forma lógica, sistemática e clara.

O destino de nosso tempo é marcado pela intelectualização e pelo desencantamento do mundo. Diante desta realidade, cabe ao indivíduo escolher se quer permanecer imerso na esfera religiosa (o que exige o sacrifício do intelecto) ou se prefere arcar com as consequências de uma visão científica do mundo, na qual não existe qualquer sentido último para a vida, o mundo e o indivíduo. No mundo desencantando, o indivído deve dedicar-se às tarefas do dia e assumir suas responsabilidades diante da vida: esta é a única forma de dar sentido à própria existência.

A política como vocação

A visão que Weber tinha do papel do líder político na sociedade contemporânea pode ser apreciada em um de seus escritos mais famosos:A política como vocação. Após relembrar seus conceitos centrais (política, poder, Estado e os tipos de dominação), Weber discorre sobre o processo de formação do Estado Moderno (resultado da monopolização dos meios de gestão da violência), destacando como ele foi acompanhado com o surgimento de uma figura muito peculiar no Ocidente: o político profissional. Segundo o autor, a vocação política exigia certas qualidades, entre as quais ele destacou a paixão por uma causa, o senso de proporção e a responsabilidade. Longe de mover-se apenas na esfera crua da luta do poder pelo poder (''Realpolitik''), ele achava que a classe política poderia seguir parâmetros éticos de dois tipos: a ética da convicção ou a ética da responsabilidade. Assim, longe de aderir a uma política sem ética, mas sem aderir a uma visão idealista da mesma, a ética da responsabilidade que deveria orientar a ação política.

No final de sua vida, Weber debateu com intensidade os problemas da vida política alemã e apoiou a democratização plena da Alemanha. Ele julgou que o parlamento (Parlamento e Governo na Alemanha Reordenada, de 1917) poderia ser uma grande escola de líderes, desde que praticasse uma política positiva, com maior responsabilidade sobre o governo. Nos anos seguintes, ele apostou na meta de umademocracia plebiscitária, acreditando que um líder popular eleito diretamente pelo povo poderia encarnar a força necessária para vencer a dominação da burocracia na condução do Estado. Apesar do compromisso de Weber com a autonomia, a democracia e os princípios liberais, alguns analistas (como Jean Paul Mayer e Wolfgang Mommsen) criticaram sua visão, alegando que o liberalismo de Weber era limitado por preocupações nacionalistas. Outros intérpretes, contudo, concordam que Weber tinha uma preocupação muito aguda com os fenômenos da burocratização e que sua contribuição consistia em pensar quais os espaços possíveis de liberdade diante das transformações do capitalismo contemporâneo.

Outro tema abordado nas obras de Weber é o socialismo. Embora valorizasse a obra de Marx como um ponto de vista possível sobre a realidade, criticou o unilateralismo de sua abordagem econômica. Em conferência pronunciada em 1918 - O socialismo - ele mostrou que o socialismo representava uma continuidade do processo de burocratização que permeava o desenvolvimento da modernidade. O socialismo levaria a um futuro dominado pelo Estado, comparado por ele como uma felá do Egito, ou seja, uma situação de escravidão.

Dentre seus herdeiros diretos, podemos mencionar autores do campo jurídico e político, como Hans Kelsen e Carl Schmitt, que carregam muitas idéais da visão weberiana da democracia, do Estado e do Direito. A teoria democrática de Weber também foi desenvolvida por autores como Joseph Schumpeter e, mais tarde, encontra ecos em Robert Dahl: esta visão teórica da democracia passou a ser intitulada "elitismo democrático" ou, ainda, "pluralismo democrático". Dentre os estudiosos mais importantes da sociologia política weberiana destacam-se os nomes de Wolfgang Mommsen, Richard Bellamy, David Beetham e Anthony Giddens.

Influência Posterior

A influência de Max Weber pode ser sentida em todos os principais campos de atividades das ciências humanas e sociais. Seus conceitos, idéias e teorias fecundam, frutificam e permeiam ainda hoje estes diversos saberes.

No campo da economia, o pensamento weberiano vem sendo recuperado na atualidade e sua abordagem histórica e social dos fatos econômicos - diferente da ciência econômica hoje hegemônica, que isola e econômico do social - a chamada sociologia econômica mostra que a pesquisa de Max Weber foi pioneira na tentativa de situar a atividade aquisitiva em suas bases socias e culturais. Seus pressupostos foram recuperados por autores como Karl Polany e Torstein Veblen, entre outros autores clássicos.

No campo da teoria política, seus conceitos fundamentais, como poder, dominação, legitimidade, carisma, partido político, etc, - orientam as discussões dos modernos politólogos e sua teoria dos tipos de dominação continua extremamente atual. Suas análises das formas burocráticas, tradicionais e carismáticas de poder ainda hoje são utilizados para entender as características da vida política no contexto da modernidade.

No campo da epistemologia das ciências sociais, Weber oferece a sistematização e fundamentação mais consistente da especificidade das ciências humanas e sociais. Todas aquelas correntes que rejeitam a submissão do campo das humanidades às regras das ciências naturais - posição chamada de naturalismo ou positivismo - partem das bases oferecidas pelo pensamento weberiano. Ao contrário da visão empírico-analítica de ciência defendida pela escola positivista, Weber estabelece o caráter hermenêutico das ciências humanas.

Finalmente, no campo da teoria sociológica, Weber deslocou a ênfase do coletivo (Durkheim) e das estruturas (Marx) para o campo do indivíduo, sendo este o ponto de partida de todas as escolas que tomam a ação social como fundameto do saber sociológico. Sua influência pode ser sentida em autores como Talcott Parsons - ainda que este, apesar de partir do tema da ação social, acabe por sacrificá-la ao âmbito dos sistemas - ou mesmo Alfred Schutz e sua fenomenologia social. Até mesmo as modernas teorias da escolha racional - que privilegiam o ator social entendido como homo oeconomicus - reconhecem sua dívida para com Max Weber.

A sociologia da religião de Max Weber, em especial, é uma referência central nesta área de estudos, e também fornece uma orientação distinta da escola francesa, centrada na noção do sagrado, tal como exposto na obra de Émile Durkheim. Em sentido mais amplo, as noções de desencantamento do mundo e de racionalização tornaram a teoria de Max Weber particularmente relevante no contexto das discussões sobre a modernidade e a pós-modernidade. Colocando a evolução histórica das vias de racionalidade no centro de sua análise, Weber é um pensador central na discussão sobre os valores e os limites do racionalismo ocidental.

Não seria exagero dizer, portanto, que Max Weber é provavelmente o autor mais influente e conhecido no âmbito das ciências sociais. Não apenas a sociologia e a ciência política moderna o têm como autor central e referência constante, mas também o direito, a economia, a administração de empresas e até a filosofia mobilizam várias de suas interpretações e ideias.

Seguidores

Dentre os principais teóricos influenciados pelo pensamento weberiano, podemos citar:

 Max Scheler

 Karl Jaspers

 Leopold von Wiese

 Karl Mannheim

 Alfred Schütz

 Ervin Goffman

 Norbert Elias

 Ernest Gellner

 David Landes

 Anthony Giddens

Nos Estados Unidos, algumas obras de Weber foram traduzidas já na década de 30, pelo eminente sociólogo Talcott Parsons. Este pensador também incorporou algumas idéias weberianas em sua "teoria voluntarista da ação" (desenvolvida em 1937). Nas décadas posteriores, contudo, a leitura parsoniana de Weber foi sendo fortemente criticada, com destaque para a coletânea de textos existentes em From Max Weber (1946), organizada por Charles Wright Mills e Hans Gerth. Na França, o pensamento weberiano foi difundido por Raymond Aron e Julien Freund e, mais recentemente, uma estudiosa destacada é Catherine Colliot-Thélene.Na Alemanha, Jürgen Habermas concede a Weber um papel fundamental em sua "Teoria da ação comunicativa", descrevendo a sociologia weberiana da racionalização. Outro comentador especializado e com muitas obras dedicadas ao tema é Wolfgang Schluchter.

No Brasil, além de autores clássicos como Sérgio Buarque de Holanda e Raymundo Faoro, o pensamento weberiano é descrito por estudiosos como Gabriel Cohn, Maurício Tragtenberg, José Guilherme Merquior e, atualmente, Antônio Flávio Pierucci e Jessé Souza.

Cronologia

 21 de Abril de 1864 - Max Weber nasce em Erfurt. Os pais são o jurista e mais tarde deputado do parlamento imperial (Reichstag) pelo partido nacional-liberal, Max Weber e Helene (nascida na família Fallenstein)

 1882-1886 - estudos de Direito, Economia Nacional, Filosofia e História

 1889 - doutoramento em Direito

 1892 - habilitação em direito canónico romano e direito comercial (em Berlim)

 1893 - obteve uma posição temporária na Universidade de Berlim. Casamento com Marianne Schnitger (1870-1954), que será mais tarde activista pelos direitos da mulher e socióloga

 1894 - assume a posição de professor de Economia na Universidade de Freiburg

 1897 - professor de Economia Nacional na Universidade de Heidelberg

 1898 - em virtude de uma crise familiar, Weber sofre um colapso nervoso e abandona o trabalho académico, sendo internado periodicamente até 1903

 1904 - regressa à actividade profissional. Actividade redactorial no jornal "Archiv für Sozialwissenschaft und Sozialpolitik", que se tornou o jornal líder da ciência social alemã. Weber fez neste ano uma viagem aos Estados Unidos, onde deu aulas

 1907 - recebe uma herança que o liberta de quaisquer preocupações financeiras

 1909 - é co-fundador da sociedade Alemã de Sociologia

 1914-1918 - Primeira guerra mundial, em 1914, Weber acolhe entusiasticamente o início da Guerra (um nacionalismo militarista muito comum na altura, partilhado entre outros por Thomas Mann). Inscreveu-se como voluntário no exército (Reichswehr). Em 1915 mudou de ideias, tornando-se um pacifista

 1917 - nos Colóquios de Lauenstein apela à continuação da guerra, ao mesmo tempo defendendo o retorno ao parlamentarismo

 1918 - co-fundador do partido democrático alemão (Deutsch-Demokratische Partei; o DDP)

 1919 - convocado como conselheiro para a delegação alemã na conferência do Tratado de Versalhes. Foi também nomeado professor de economia nacional na Universidade de Munique

 14 de Junho de 1920 - morre em Munique vítima de uma pneumonia.