segunda-feira, 25 de abril de 2011

FÍS - Vetores

Grandezas Escalares


Grandezas físicas como tempo, por exemplo, 5 segundos, ficam perfeitamente definidas quando são especificados o seu módulo (5) e sua unidade de medida (segundo). Estas grandezas físicas que são completamente definidas quando são especificados o seu módulo e a sua unidade de medida são denominadas grandezas escalares. A temperatura, área, volume, são também grandezas escalares.



Grandezas Vetoriais

Quando você está se deslocando de uma posição para outra, basta você dizer que percorreu uma distância igual a 5 m?

Você precisa especificar, além da distância (módulo), a direção e o sentido em que ocorre este deslocamento.

Quando o PUCK sofre um deslocamento de uma posição A para uma posição B, esta mudança de posição é definida pelo segmento de reta AB orientado, que une a posição inicial com a final, denominado neste caso de deslocamento (fig. 1).

Figura 1 - Deslocamento do PUCK de uma posição A para B.



Observe que o deslocamento não fica perfeitamente definido se for dada apenas a distância percorrida (por exemplo, 5,0 cm); há necessidade de especificar a direção e o sentido do deslocamento. Estas grandezas que são completamente definidas quando são especificados o seu módulo, direção e sentido, são denominadas grandezas vetoriais.

Outras grandezas vetoriais: velocidade, aceleração, força. . .



Vetores

A representação matemática de uma grandeza vetorial é o vetor representado graficamente pelo segmento de reta orientado (Fig. 1), que apresenta as seguintes características:

Módulo do vetor - é dado pelo comprimento do segmento em uma escala adequada (d = 5 cm).

Direção do vetor - é dada pela reta suporte do segmento (30o com a horizontal).

Sentido do vetor - é dado pela seta colocada na extremidade do segmento.

Notação:

ou d: vetor deslocamento

a: vetor aceleração

V: vetor velocidade

Exemplo de vetores: a fig. 2 representa um cruzamento de ruas, tal que você, situado em O, pode realizar os deslocamentos indicados pelos vetores d1, d2, d3, e d4. Diferenciando estes vetores segundo suas características, tem-se que:

Os vetores d1 e d3 têm a mesma direção, mesmo módulo, e sentidos opostos.

Os vetores d2 e d4 têm a mesma direção, módulos diferentes e sentidos opostos.

Os vetores d1 e d2 têm o mesmo módulo, direções e sentidos diferentes.

Os vetores d3 e d4 têm módulos, direções e sentidos diferentes.





Figura 2 - Vetores deslocamento.





Adição de dois vetores

Considere que o PUCK realizou os seguintes deslocamentos: 3,0 cm na direção vertical, no sentido de baixo para cima (d1), e 4,0 cm na direção horizontal (d2), no sentido da esquerda para a direita (fig. 5).

O deslocamento resultante não é simplesmente uma soma algébrica (3 + 4), porque os dois vetores d1 e d2 têm direções e sentidos diferentes.

Há dois métodos, geométricos, para realizar a adição dos dois vetores, dr = d1 + d2, que são:



Figura 3 - Adição de dois vetores:

Método da triangulação • Método da triangulação: consiste em colocar a origem do segundo vetor coincidente com a extremidade do primeiro vetor, e o vetor soma (ou vetor resultante) é o que fecha o triângulo (origem coincidente com a origem do primeiro e extremidade coincidente com a extremidade do segundo) (Fig. 3).



Figura 4 - Adição de dois vetores:

Método do paralelogramo • Método do paralelogramo: consiste em colocar as origens dos dois vetores coincidentes e construir um paralelogramo; o vetor soma (ou vetor resultante) será dado pela diagonal do paralelogramo cuja origem coincide com a dos dois vetores (Fig. 4). A outra diagonal será o vetor diferença.



Adição de dois vetores perpendiculares entre si

Geometricamente, aplica-se o método da triangulação ou do paralelogramo (fig. 5) para determinar o vetor resultante dr.



Figura 5 - Adição de dois vetores perpendiculares entre si



Determina-se o módulo do vetor resultante aplicando-se o teorema de Pitágoras para o triângulo ABC da fig. 5.

dr2 = d12 + d22

(1)





Aplicação numérica

Sendo d1 = 3 cm e d2 = 4 cm, o módulo do vetor resultante dr é calculado substituindo estes valores em (1):

dr2 = 32 + 42 = 25

dr = 5 cm

Observação: O vetor diferença é obtido de modo análogo ao vetor soma; basta fazer a soma do primeiro vetor com o oposto do segundo vetor.

d = d1 + ( -d2)



Componentes de um vetor

Considere o vetor deslocamento d como sendo o da fig. 6a. Para determinar as componentes do vetor, adota-se um sistema de eixos cartesianos. As componentes do vetor d, segundo as direções x e y, são as projeções ortogonais do vetor nas duas direções.

Notação:

dx: componente do vetor d na direção x

dy: componente do vetor d na direção y

Vamos entender o que seriam estas projeções. Para projetar o vetor na direção x basta traçar uma perpendicular da extremidade do vetor até o eixo x e na direção y traça-se outra perpendicular da extremidade do vetor até o eixo y; estas projeções são as componentes retangulares dx e dy do vetor d (fig. 6a).

Figura 6a - Os vetores dx e dy são as componentes retangulares do vetor d.



Qual o significado das componentes do vetor? Significa que os dois vetores componentes atuando nas direções x e y podem substituir o vetor d, produzindo o mesmo efeito.

Para determinar os valores destas componentes, aplicam-se as relações trigonométricas para o triângulo retângulo OAB (fig.6a ou 6b).











Figura 6b - Triângulo retângulo OAB.





Para o triângulo OAB da fig. 6b, que é o da mesmo da fig. 6a, valem as relações:

sen = cateto oposto / hipotenusa = dy / d.

Resolvendo para dy, tem-se que:

dy = d sen

componente vertical do vetor d na direção Y (2a)



cos = cateto adjacente / hipotenusa = dx / d.

Resolvendo para dx , tem-se que:

dx = d cos

componente horizontal do vetor d na direção X (2b)



Aplicação numérica









Considerando que o módulo do vetor deslocamento é igual a 3,0 m, e o ângulo que este deslocamento faz com a direção X é igual a 60o, determinar as componentes deste vetor, dx e dy.

Substituindo em (2b):

dx = d cos = 3,0 cos 60o = 3,0 * 0,50

dx = 1,5 m





Substituindo em (2a):

dy = d sen = 3,0 sen 60o = 3,0 * 0,87

dy 2,6 m



ANÁLISE GRÁFICA DO MOVIMENTO

Vetores velocidade e aceleração



Movendo vetores

Quando vamos fazer a adição ou a diferença de dois vetores graficamente, precisamos mover o vetor tal que ele tenha sua origem coincidente com um novo ponto.

Vamos ver como se faz esta translação geometricamente.



Figura 1

(A) Os vetores deslocamento S1 e S2.

(B) Movendo um vetor (S1).

Para mover um vetor (S1) para uma nova posição temos que, primeiro, desenhar uma reta paralela com o auxílio de uma régua e um transferidor como mostra a fig. 1B, transportando o vetor paralelamente para a nova posição.

Para colocar o comprimento do vetor na nova posição, pode-se usar um pedaço de papel ou um compasso para medir o comprimento na posição inicial e transportar esta medida para a nova posição. O erro é menor medindo-se desta forma do que com régua.



Figura 2

(A) Adição de dois vetores (triangulação).

(B) Diferença entre dois vetores (triangulação).

As fig. 2A e 2B mostram como se faz a adição e a diferença entre dois vetores S1 e S2 (fig. 1A), usando o método da triangulação.

A adição de dois vetores (fig. 2A) foi realizada movendo-se o vetor S2 tal que a origem dele coincidisse com a extremidade de S1.

O vetor soma S1 + S2 é o vetor que fecha o triângulo, cuja origem coincide com a origem do primeiro vetor e a extremidade coincide com a extremidade do segundo vetor.

A diferença entre os dois vetores (S2 e S1) foi realizada movendo-se o vetor S1 (fig. 2B), considerando o vetor oposto (- S1).

O vetor diferença S2 - S1 é o vetor que fecha o triângulo, cuja origem coincide com a origem do vetor S2 e a extremidade coincide com a extremidade do vetor - S1.

Se quisermos a diferença S1 - S2 , devemos mover o vetor S2, considerando o oposto dele (-S2).



Vetor velocidade

Sabemos que V = S/ t =(S2 - S1)/ t (1)

Podemos determinar a direção e o sentido do vetor V determinando a diferença entre dois vetores deslocamento graficamente, usando a regra do paralelogramo ou da triangulação (fig. 2B). O módulo é determinando dividindo-se a medida do vetor S por t.

O vetor V tem a mesma direção e o mesmo sentido de S; o módulo de V é proporcional a S.



Vetor aceleração

O vetor aceleração é dado pela relação:

A = V / t (2)

Esta relação pode se reescrita em função de S. Como V = S / t , substituindo em (2), obtemos:

A = ( S / t) / t

A = S / t2 (3)

A vantagem da equação (3) é que expressando a aceleração em termos do vetor diferença S, a direção e o sentido do vetor A são os mesmos de S e o módulo de A é proporcional a S.

Para determinar graficamente o vetor A, o primeiro passo é construir o vetor diferençça S. Este vetor aponta na mesma direção e sentido de A. Medimos o comprimento deste vetor S em centímetros, e em seguida dividimos o resultado por t2 (fig. 2).

Repetindo este processo para cada duas posições sucessivas de uma trajetória, obtemos um quadro detalhado da aceleração do movimento.

Vamos aplicar este processo, considerando que a trajetória do movimento do PUCK seja o da fig.3. (Huggins, 1979)



Figura 3 - Determinando os vetores S1 e S2 em uma trajetória do PUCK

Medindo os comprimentos destes vetores S1 e S2 (fig. 3) que são iguais a 1 cm e considerando os intervalos de tempo t1 e t2 entre duas posições sucessivas iguais a 0,1s, obtemos os valores das acelerações nas posições (1) e (2):

A1 = A2 = S/ t2 = (1 cm) / (0,1)2 = 100 cm/s2

e a direção e o sentido de A1 e de A2 são os mesmos de S1 e S2, respectivamente.

Deste modo obtemos as acelerações A1, A2, A3,...An graficamente.




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