quinta-feira, 14 de abril de 2011

ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS



No período composto por subordinação sempre aparecem dois tipos de oração: oração principal e oração subordinada.




O período:



Todos esperam sua volta



É um período simples, pois apresenta uma única oração. Nele podemos identificar:



Todos (suj.) esperam (v.t.dir.) sua volta. (obj. direto)



Se transformarmos o período simples acima em um período composto, teremos:



Todos esperam que você volte.



1ª oração: Todos esperam

2ª oração: que você volte



Nesse período, a 1ª oração apresenta o sujeito todos e o verbo transitivo direto esperam, mas não apresenta o objeto direto de esperam. Por isso, a 2ª oração é que tem de funcionar como objeto direto do verbo da 1ª oração.



Verificamos, então, que:



I. a 1ª oração não exerce, no período acima, nenhuma função sintática. Por esse motivo ela é chamada de oração principal.

II. a 2ª oração depende da 1ª, serve de termo (objeto direto) da 1ª e completa-lhe o sentido. Por esse motivo, a 2ª oração é chamada de oração subordinada.



Resumindo:



Oração principal: é um tipo de oração que no período não exerce nenhuma função sintática e tem associada a si uma oração subordinada.

Oração subordinada: é toda oração que se associa a uma oração principal e exerce uma função sintática (sujeito, objeto, adjunto adverbial etc.) em relação à oração principal.



As orações subordinadas classificam-se, de acordo com seu valor ou função, em:



Orações subordinadas substantivas

Inicialmente, diga-se que são aquelas orações subordinadas que exercem as seguintes funções: sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicado nominal e aposto, exemplos:



Insinuou nada conhecer.

Pediu que se fizesse silêncio



As orações subordinadas substantivas podem ser de seis espécies:



1ª. Subjetivas: são aquelas que exercem a função de sujeito em relação a outra oração. Exemplos:



Importa estudar continuamente

Sabe-se que a situação econômico-financeira ainda vai ficar pior.

Convém que não saias da classe.



Facilita encontrar o sujeito de uma oração interrogar o verbo da oração:

Importa o que?; o que se sabe?; o que convém?



2ª. Objetivas diretas: são aquelas que exercem a função de objeto direto de outra oração.



Informamos que os alunos sairão pela porta dos fundos.

Amaral não sabia como realizar o sorteio.

Responda se conhece o novo time do Flamengo.

Olha como tudo terminou bem!

Penso que eles viajarão amanhã cedo.

Temo que Marcos saia ferido.

Pedi que saíssem da sala.

Vi-o correr.



Observa-se que o objeto direto é identificado da seguinte maneira: quem confia, confia em alguma coisa; quem sabe, sabe de alguma coisa; quem espera, espera alguma coisa; e assim por diante.

As locuções tenho medo, estou com esperança e sou de opiniãoou ele é de opinião têm força transitiva direta, isto é, são equivalentes a verbos transitivos diretos: temer, esperar, opinar. Se estas expressões vierem acompanhadas de preposição de antes da conjunção que, as orações já não serão objetivas diretas, mas completivas nominais:



Tenho medo de que ele não resista ao interrogatório.

Estou com esperança de que ele saia vitorioso.

Estou com receio de que não ocorra o jogo.



3ª. Objetivas indiretas: são aquelas que exercem a função de objeto indireto de outra oração, isto é, ligam-se à oração principal mediante preposição. Exemplos:



Preciso de rever todas as provas.

Cláudia não gostou das provocações e insinuações.

O acidente obstou a que chegássemos mais cedo.

O jovem obedeceu a todos que lhe são superiores.



A identificação do objeto indireto é realizada mediante o seguinte procedimento: quem precisa, precisa de alguma coisa; quem gosta, gosta de alguma gosta; quem obedece, obedece a alguma coisa; e assim por diante.



4ª. Completivas nominais: são aquelas que completam o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio. Exemplos:



Ivo tinha esquecido de que sua proposta não agradara.

Alencar estava esperançoso de que tudo se resolveria.

A opinião de que Luís desistirá do estudo é conclusão precipitada.



Assim como alguns verbos exigem objeto que lhes complete o sentido, há algumas palavras que necessitam de outras que lhes completem o sentido. Assim, pode-se à semelhança dos verbos, perguntar: acordo de que?; esperançoso de quê?; opinião de quê? (ou sobre o quê?); medo de quê? A reposta a estas perguntas constitui o complemento nominal.



5ª. Predicativas: são aquelas que funcionam como predicativo do sujeito. Exemplos:



O bom é que você não desconfia nunca.

O mal é você ficar de braços cruzados.

O certo é que Sérgio não se casará.

A falácia é que para ficar rico é preciso ficar pobre.



Não se deve confundir oração predicativa com oração subjetiva. Exemplos:



É certo que o Vasco não ganhará do Flamengo = subjetiva.

A oração grifada funciona como sujeito

O certo é que o Vasco não ganhará do Flamengo = predicativa

A oração grifada funciona como predicativo do sujeito.



6ª. Apositivas: são aquelas que funcionam como aposto. Exemplos:



Sua instrução foi única: estudar sempre

Pedi-lhe um favor: que me chamasse às sete horas.



O aposto é uma foram de adjunto adnominal, que é constituído de uma palavra ou expressão em aposição, exemplificando um ou vários termos expressos na oração. Note-se nos exemplos que estudar sempre explica a frase inicial, determina qual foi sua instrução; qual foi o favor pedido.

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