quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Regência Verbal

Regência Verbal 


O estudo da regência verbal nos ajuda a escrever melhor.

Quanto à regência verbal, os verbos podem ser:

- Transitivo direto

- Transitivo indireto

- Transitivo direto e indireto

- Intransitivo



ASPIRAR


O verbo aspirar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.


Transitivo direto: quando significa “sorver”, “tragar”, “inspirar” e exige complemento sem preposição.

- Ela aspirou o aroma das flores.

- Todos nós gostamos de aspirar o ar do campo.


Transitivo indireto: quando significa “pretender”, “desejar”, “almejar” e exige complemento com a preposição “a”.


- O candidato aspirava a uma posição de destaque.

- Ela sempre aspirou a esse emprego.


Obs: Quando é transitivo indireto não admite a substituição pelos pronomes lhe(s). Devemos substituir por “a ele(s)”, “a ela(s)”.

- Aspiras a este cargo?

- Sim, aspiro a ele. (e não “aspiro-lhe”).


ASSISTIR

O verbo assistir pode ser transitivo indireto, transitivo direto e intransitivo.

Transitivo indireto: quando significa “ver”, “presenciar”, “caber”, “pertencer” e exige complemento com a preposição “a”.

- Assisti a um filme. (ver)

- Ele assistiu ao jogo.

- Este direito assiste aos alunos. (caber)


Transitivo direto: quando significa “socorrer”, “ajudar” e exige complemento sem preposição.

- O médico assiste o ferido. (cuida)

Obs: Nesse caso o verbo “assistir” pode ser usado com a preposição “a”.

- Assistir ao paciente.


Intransitivo: quando significa “morar” exige a preposição “em”.

- O papa assiste no Vaticano. (no: em + o)

- Eu assisto no Rio de Janeiro.

“No Vaticano” e “no Rio de Janeiro” são adjuntos adverbiais de lugar.


CHAMAR

O verbo chamar pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.

É transitivo direto quando significa “convocar”, “fazer vir” e exige complemento sem preposição.


- O professor chamou o aluno.


É transitivo indireto quando significa “invocar” e é usado com a preposição “por”.

- Ela chamava por Jesus.


Com o sentido de “apelidar” pode exigir ou não a preposição, ou seja, pode ser transitivo direto ou transitivo indireto.


Admite as seguintes construções:

- Chamei Pedro de bobo. (chamei-o de bobo)

- Chamei a Pedro de bobo. (chamei-lhe de bobo)

- Chamei Pedro bobo. (chamei-o bobo)

- Chamei a Pedro bobo. (chamei-lhe bobo)


VISAR

Pode ser transitivo direto (sem preposição) ou transitivo indireto (com preposição).


Quando significa “dar visto” e “mirar” é transitivo direto.

- O funcionário já visou todos os cheques. (dar visto)

- O arqueiro visou o alvo e atirou. (mirar)


Quando significa “desejar”, “almejar”, “pretender”, “ter em vista” é transitivo indireto e exige a preposição “a”.

- Muitos visavam ao cargo.

- Ele visa ao poder.


Nesse caso não admite o pronome lhe(s) e deverá ser substituído por a ele(s), a ela(s). Ou seja, não se diz: viso-lhe.


Obs: Quando o verbo “visar” é seguido por um infinitivo, a preposição é geralmente omitida.

- Ele visava atingir o posto de comando.


ESQUECER – LEMBRAR

- Lembrar algo – esquecer algo

- Lembrar-se de algo – esquecer-se de algo (pronominal)


No 1º caso, os verbos são transitivos diretos, ou seja exigem complemento sem preposição.

- Ele esqueceu o livro.


No 2º caso, os verbos são pronominais (-se, -me, etc) e exigem complemento com a preposição “de”. São, portanto, transitivos indiretos.

- Ele se esqueceu do caderno.

- Eu me esqueci da chave.

- Eles se esqueceram da prova.

- Nós nos lembramos de tudo o que aconteceu.


Há uma construção em que a coisa esquecida ou lembrada passa a funcionar como sujeito e o verbo sofre leve alteração de sentido. É uma construção muito rara na língua contemporânea , porém, é fácil encontrá-la em textos clássicos tanto brasileiros como portugueses. Machado de Assis, por exemplo, fez uso dessa construção várias vezes.

- Esqueceu-me a tragédia. (cair no esquecimento)

- Lembrou-me a festa. (vir à lembrança)


O verbo lembrar também pode ser transitivo direto e indireto (lembrar alguma coisa a alguém ou alguém de alguma coisa).


PREFERIR

É transitivo direto e indireto, ou seja, possui um objeto direto (complemento sem preposição) e um objeto indireto (complemento com preposição)

- Prefiro cinema a teatro.

- Prefiro passear a ver TV.

Não é correto dizer: “Prefiro cinema do que teatro”.


SIMPATIZAR


Ambos são transitivos indiretos e exigem a preposição “com”.

- Não simpatizei com os jurados.


QUERER

Pode ser transitivo direto (no sentido de “desejar”) ou transitivo indireto ( no sentido de “ter afeto”, “estimar”).
- A criança quer sorvete.

- Quero a meus pais.


NAMORAR

É transitivo direto, ou seja, não admite preposição.

- Maria namora João.


Obs: Não é correto dizer: “Maria namora com João”.


OBEDECER

É transitivo indireto, ou seja, exige complemento com a preposição “a” (obedecer a).

- Devemos obedecer aos pais.


Obs: embora seja transitivo indireto, esse verbo pode ser usado na voz passiva.

- A fila não foi obedecida.


VER

É transitivo direto, ou seja, não exige preposição.

- Ele viu o filme.

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